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Angola está a mudar? Cada consultora sua sentença

João Lourenço foi rápido a mudar os rostos do poder em Angola. A consultora Eurasia avalia positivamente estes dois meses de mandato. Já a BMI Research desconfia do fôlego reformista do novo presidente.

Celso Filipe cfilipe@negocios.pt 27 de Novembro de 2017 às 10:35

Reformas ou dança de cadeiras? A avaliação do novo presidente de Angola, há dois meses no cargo, varia consoante a consultora. João Lourenço surpreendeu pela rapidez com que fez mexidas no aparelho do Estado, sendo a mais substantiva a exoneração de Isabel dos Santos da presidência, mas a sua acção é avaliada de forma díspar pelas consultoras.

Para a Eurasia, com sede em Nova Iorque, João Lourenço "avançou rapidamente com grandes reformas desde que chegou ao poder. Já a BMI Research mostra-se céptica. "Acreditamos que ao instalar os seus ministros como líderes da companhia petrolífera nacional e do banco central, Lourenço está simplesmente a tentar estabelecer a sua rede de apoio e sair da sombra da família de dos Santos", sustenta a consultora numa nota aos investidores, citada pela agência Lusa.

Face às mexidas operadas por João Lourenço, a Eurasia reviu em alta a previsão de evolução da Angola, classificando-a agora como "positiva", com o argumento de que o chefe de Estado foi "mais rápido que o esperado a lançar reformas". Além disso, sublinha a consultora, numa nota citada pela Lusa, "o novo presidente está também a eliminar normas e regulamentos que beneficiavam a família [de José Eduardo dos Santos} e os seus interesses.

Já a BMI Research considera "improvável que o novo presidente consiga desafiar as redes de conluio que permitiriam a sua chegada ao poder. "Apesar de João Lourenço ter feito mudanças surpreendentes de pessoas em instituições estratégicas, nomeadamente o despedimento de Isabel dos Santos, não acreditamos que elas signifiquem o início de um fôlego reformista".

João Lourenço tomou posse como presidente de Angola a 26 de Setembro e desde então fez substituições no Banco Nacional Angola, nas chefias de segurança, na Sonangol, nos órgãos de comunicação social do Estado, na banca pública e no sector dos diamantes, entre outros.

O presidente de Angola, a par das mudanças operadas, tem pela frente o desafio de conseguir relançar a economia do país, que enfrentou uma recessão em 2016 e este ano deverá crescer apenas 1,3%, segundo o FMI.

A BMI antecipa uma pequena subida da produção de petróleo "que impulsionará o crescimento em 2018 para 3,2%, mas uma perspectiva de evolução relativamente sombria para o sector dos hidrocarbonetos vai fazer com que o crescimento económico de Angola se mantenha estruturalmente fraco, caindo para 2,4% em 2019".

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