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Angola confia na concretização de privatizações até 2022, apesar das "surpresas"
O presidente do conselho de administração do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE), Patrício Vilar, em declarações à Lusa afirmou que o programa de privatizações deve ser executado até 2022, podendo prolongar-se para além disso com algumas empresas.
20 de Fevereiro de 2020 às 19:02
O Governo angolano está confiante na concretização do programa de privatizações até 2022, apesar de "surpresas" registadas com algumas empresas, que poderão levar a um adiamento em alguns casos, disse à Lusa fonte oficial.
O presidente do conselho de administração do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE), Patrício Vilar, em declarações à Lusa afirmou que o programa de privatizações deve ser executado até 2022, podendo prolongar-se para além disso com algumas empresas, para as quais poderá ser necessário encontrar um "parceiro estratégico" através de concurso público.
Patrício Vilar, que falava à margem da visita que o Presidente angolano, João Lourenço, realizou na quarta-feira à fábrica de têxteis Textang II, em Luanda, referiu que há casos de empresas que "urge resolver rapidamente e colocá-las a funcionar", porque têm condições para estar a funcionar em pleno.
"Para essas vamos acelerar o processo. Aliás, já tínhamos preparadas as peças de concurso para as três têxteis. Assim que os decretos forem assinados vamos arrancar com esse processo e tudo indica que, no caso das indústrias, nós terminaríamos o concurso em junho o mais tardar", indicou.
O responsável do IGAPE reconheceu que houve pelo caminho "algumas surpresas", que já foram identificadas, bem como os caminhos para sanear eventuais problemas.
A alteração que vai provocar será, ao nível de procedimentos, em vez de se colocar "algumas empresas já na Bolsa" , serão adotados "procedimentos mais rápidos, no sentido de se encontrar um parceiro estratégico", salientou, discordando da análise da The Economist e "de todas as vozes que se levantaram".
A unidade de análise económica do grupo da revista The Economist considerou que o objetivo do Governo em privatizar 195 empresas estatais ou comparticipadas pelo Estado está comprometido e vai ser "difícil de alcançar", por causa dos prejuízos acumulados, elevado nível de burocracia e escassos níveis de liquidez do sistema financeiro.
Segundo Patrício Vilar, é necessário encontrar um parceiro estratégico que, juntamente com o acionista Estado, venha "debelar a situação, reforçar a capacidade competitiva" das empresas "e, no momento, em que ganhar o concurso para ficar como parceiro estratégico, ter-se-á que se comprometer com o prazo para a levar à Bolsa".
"Não vamos comprometer muito o cronograma em si, vamos é ter que fazer algumas mudanças para fazer face a essas surpresas que se vão encontrando", em linhas gerais, reforçou.
O presidente do IGAPE explicou que as surpresas não derivam apenas de dificuldades de gestão, mas também do atual contexto do mercado.
"Sempre que nós tivermos um problema de mercado, um problema macroeconómico, como aquele que estamos a atravessar, é natural que as receitas dessas empresas comecem a baixar. Em alguns casos não são as receitas é os recebimentos, ou seja, os clientes não têm capacidade para os pagar", sublinhou.
"Portanto, é verdade, nós estamos a encontrar isso, não era nada do que não estivéssemos à espera e já tínhamos este plano B, que é: não se consegue levar à Bolsa, não há problema nenhum, leva-se a concurso público e encontra-se um parceiro estratégico que esteja disponível", frisou.
As dificuldades encontradas, acrescentou Patrício Vilar, levaram ainda a mudar "um pouco a estratégia de abordagem com os potenciais parceiros, ou seja, ao invés de estarmos à espera do concurso público a ver quem eles são, o que nós estamos a fazer agora é o contrário".
"Temos recebido imensos empresários, imensas delegações de empresários, de intermediários financeiros, que vêm representar esses empresários, no sentido de eles manifestarem a sua vontade e nós também percebermos quais são os receios deles relativamente a alguns dos ativos e algumas das empresas que temos para privatizar", realçou. Patrício Vilar prefere classificar os percalços como "um ensaio de espera", que "era necessário para auscultar o mercado".
"E agora, podem crer, vão começar a ver os procedimentos saírem um a um e em alguns casos até mais do que um em simultâneo", avançou. Relativamente ao número de empresas previstas para privatização, disse que "vai mudar muito", sem conseguir dizer neste momento "se é para reduzir ou se é para aumentar", mas acredita "que os grandes números não vão alterar, não vão andar fora" dos 200.
Quanto às 32 empresas de referência nacional, precisarão de mais tempo: tendo conta que "são o motor da economia, que têm tido uma participação do Produto Interno Bruto (PIB) significativa, mas precisamente por causa da sua complexidade são aquelas que demoram mais tempo". Muitos dos processos que estão a ser desenvolvidos "não são públicos e nem têm que o ser", acrescentou.
"Nós estamos a dar os passos necessários, para que depois as empresas sejam colocadas de forma mais segura e mais rentável, não só do ponto de vista da arrecadação, mas da eficiência económica do país, da empregabilidade e até dos equilíbrios sociais", concluiu.
O presidente do conselho de administração do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE), Patrício Vilar, em declarações à Lusa afirmou que o programa de privatizações deve ser executado até 2022, podendo prolongar-se para além disso com algumas empresas, para as quais poderá ser necessário encontrar um "parceiro estratégico" através de concurso público.
"Para essas vamos acelerar o processo. Aliás, já tínhamos preparadas as peças de concurso para as três têxteis. Assim que os decretos forem assinados vamos arrancar com esse processo e tudo indica que, no caso das indústrias, nós terminaríamos o concurso em junho o mais tardar", indicou.
O responsável do IGAPE reconheceu que houve pelo caminho "algumas surpresas", que já foram identificadas, bem como os caminhos para sanear eventuais problemas.
A alteração que vai provocar será, ao nível de procedimentos, em vez de se colocar "algumas empresas já na Bolsa" , serão adotados "procedimentos mais rápidos, no sentido de se encontrar um parceiro estratégico", salientou, discordando da análise da The Economist e "de todas as vozes que se levantaram".
A unidade de análise económica do grupo da revista The Economist considerou que o objetivo do Governo em privatizar 195 empresas estatais ou comparticipadas pelo Estado está comprometido e vai ser "difícil de alcançar", por causa dos prejuízos acumulados, elevado nível de burocracia e escassos níveis de liquidez do sistema financeiro.
Segundo Patrício Vilar, é necessário encontrar um parceiro estratégico que, juntamente com o acionista Estado, venha "debelar a situação, reforçar a capacidade competitiva" das empresas "e, no momento, em que ganhar o concurso para ficar como parceiro estratégico, ter-se-á que se comprometer com o prazo para a levar à Bolsa".
"Não vamos comprometer muito o cronograma em si, vamos é ter que fazer algumas mudanças para fazer face a essas surpresas que se vão encontrando", em linhas gerais, reforçou.
O presidente do IGAPE explicou que as surpresas não derivam apenas de dificuldades de gestão, mas também do atual contexto do mercado.
"Sempre que nós tivermos um problema de mercado, um problema macroeconómico, como aquele que estamos a atravessar, é natural que as receitas dessas empresas comecem a baixar. Em alguns casos não são as receitas é os recebimentos, ou seja, os clientes não têm capacidade para os pagar", sublinhou.
"Portanto, é verdade, nós estamos a encontrar isso, não era nada do que não estivéssemos à espera e já tínhamos este plano B, que é: não se consegue levar à Bolsa, não há problema nenhum, leva-se a concurso público e encontra-se um parceiro estratégico que esteja disponível", frisou.
As dificuldades encontradas, acrescentou Patrício Vilar, levaram ainda a mudar "um pouco a estratégia de abordagem com os potenciais parceiros, ou seja, ao invés de estarmos à espera do concurso público a ver quem eles são, o que nós estamos a fazer agora é o contrário".
"Temos recebido imensos empresários, imensas delegações de empresários, de intermediários financeiros, que vêm representar esses empresários, no sentido de eles manifestarem a sua vontade e nós também percebermos quais são os receios deles relativamente a alguns dos ativos e algumas das empresas que temos para privatizar", realçou. Patrício Vilar prefere classificar os percalços como "um ensaio de espera", que "era necessário para auscultar o mercado".
"E agora, podem crer, vão começar a ver os procedimentos saírem um a um e em alguns casos até mais do que um em simultâneo", avançou. Relativamente ao número de empresas previstas para privatização, disse que "vai mudar muito", sem conseguir dizer neste momento "se é para reduzir ou se é para aumentar", mas acredita "que os grandes números não vão alterar, não vão andar fora" dos 200.
Quanto às 32 empresas de referência nacional, precisarão de mais tempo: tendo conta que "são o motor da economia, que têm tido uma participação do Produto Interno Bruto (PIB) significativa, mas precisamente por causa da sua complexidade são aquelas que demoram mais tempo". Muitos dos processos que estão a ser desenvolvidos "não são públicos e nem têm que o ser", acrescentou.
"Nós estamos a dar os passos necessários, para que depois as empresas sejam colocadas de forma mais segura e mais rentável, não só do ponto de vista da arrecadação, mas da eficiência económica do país, da empregabilidade e até dos equilíbrios sociais", concluiu.