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Juiz Rui Rangel demitido da magistratura

O CSM, órgão de gestão e disciplina dos juízes, encerrou o processo disciplinar aberto ao desembargador com aplicação da pena de expulsão de funções. Também a sua ex-mulher, a juíza Fátima Galante, foi alvo de uma pena disciplinar, neste caso de aposentação compulsiva.

É o caso mais recente e que promete ainda fazer muitas manchetes. Rui Rangel, juiz do tribunal da Relação, é suspeito de vender sentenças favoráveis a troco de dinheiro. A sua ex-mulher, Fátima Galante, também desembargadora, não só saberia de tudo, como ainda o ajudaria a escrever os acórdãos. Além de ele próprio promover decisões favoráveis, oferecia-se também para influenciar colegas. Há já 12 arguidos constituídos, incluindo um oficial de justiça, um advogado e o seu filhos (que actuariam como testas de ferro e receptores do dinheiro) e Luis filipe Vieira, presidente do Benfica, que teria recorrido a Rangel para ser favorecido num processo judicial, prometendo-lhe, em troca, um lugar na Fundação do Benfica, mas exactamente num complexo universitário que pretende vir a criar. Rangel e Fátima Galante não foram detidos por serem magistrados e tal apenas ser possível se forem apanhados em flagrante, o que não foi o caso. Pela mesma razão, o processo corre no Supremo Tribunal de Justiça.
Pedro Simões
03 de Dezembro de 2019 às 18:39
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O juiz Rui Rangel foi esta terça-feira demitido da magistratura pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM), devido ao seu envolvimento no processo criminal Operação Lex, revelou à agência Lusa fonte do CSM.

A decisão de expulsar o magistrado foi hoje tomada por maioria dos membros do plenário do Conselho Superior da Magistratura com um voto vencido.

Também à juíza Fátima Galante, ex-mulher de Rangel e arguida no processo Operação Lex, foi aplicada pelo CSM a pena de aposentação compulsiva.

Em comunicado no qual confirma aquelas decisões, o CSM - órgão de disciplina dos juízes - refere que as penas disciplinares aplicadas a Rui Rangel e Fátima Galante referem-se a "factos praticados no exercício de funções conexas com matéria criminal ainda em segredo de justiça".

O CSM esclarece que os processos disciplinares são autónomos em relação ao processo-crime [Operação Lex]", mas que os factos estão estritamente ligados.

Inicialmente, o envolvimento de Rui Rangel na operação Lex levou à sua suspensão provisória de funções no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), em 9 de novembro de 2018.

O juiz regressou à 9.ª secção criminal do TRL, após ter expirado o prazo da sua suspensão.

Hoje o CSM, órgão de gestão e disciplina dos juízes, encerrou o processo disciplinar aberto ao desembargador com aplicação da pena de expulsão de funções.

O processo da Operação Lex, ainda em fase de inquérito, tem 14 arguidos e investiga suspeitas de corrupção/recebimento indevido de vantagem, branqueamento de capitais, tráfico de influências e fraude fiscal.

Fátima Galante e Rui Rangel são dois dos arguidos neste caso, que envolve, entre outros, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares, e ainda João Rodrigues, advogado e ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol.

As diligências do processo decorreram em 30 de janeiro de 2018, não havendo ainda acusação. O processo está a cargo do Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça.

(Notícia atualizada às 19:53 com mais informação)
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