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Jogadores recebiam 3.500 euros para viciar resultados na II Liga - JN

As gratificações pagas em cada jogo aos envolvidos na operação Jogo Duplo triplicam o salário médio na segunda divisão. Os 15 detidos são ouvidos esta segunda-feira no Tribunal de Instrução Criminal.

Reuters
16 de Maio de 2016 às 11:24
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As acções no campo de futebol para manipular estatísticas e resultados rendiam, em média, 3.500 euros por encontro a cada um dos jogadores da II Liga envolvidos na operação Jogo Duplo, que no sábado conduziu à detenção de 15 pessoas por parte da Polícia Judiciária.

 

Segundo avança esta segunda-feira, 16 de Maio, o Jornal de Notícias, neste esquema criminoso associado às apostas na Internet, o valor pago por atleta poderia ser ainda maior, caso contribuísse para maiores lucros dos apostadores em parâmetros que vão desde o número de cantos marcados até à diferença de golos no resultado final.

 

Os valores em causa ultrapassam largamente o salário médio de um futebolista da segunda divisão, que ronda os mil euros. E, pelo menos num dos clubes envolvidos – a Oliveirense – havia mesmo salários em atraso, que levaram inclusive os jogadores a fazerem greve aos treinos e a ameaçar não comparecer em campo nos dias de jogos.

 

A Procuradoria-Geral da República informou no dia das diligências que o Ministério Público investiga "factos susceptíveis de integrarem crimes de corrupção passiva e activa na actividade desportiva, nele figurando como suspeitos dirigentes e jogadores de futebol, bem como outras pessoas com ligações ao negócio das apostas desportivas".

 

Entre os detidos estão vários jogadores do Oriental e da Oliveirense, clubes que acabaram o campeonato em zona de despromoção. Os primeiros elementos envolvidos nesta investigação – as suspeitas terão chegado através da Federação Portuguesa de Futebol, que detectou anomalias – vão estar hoje no Tribunal de Instrução Criminal, em Lisboa, onde começam a ser ouvidos durante a tarde.

 

Entre eles estão também dois elementos ligados ao Leixões, incluindo o presidente, Carlos Oliveira, que terão sido apanhados por acaso na investigação a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária. Não fariam parte do esquema das apostas desportivas, mas foram interceptados nas escutas telefónicas numa tentativa de aliciamento aos adversários da equipa de Matosinhos, que arrisca a descida de divisão e uma suspensão até dez anos.

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