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Defesa de Granadeiro garante que OPA sobre PT falhou por causa do preço

O advogado do ex-presidente da Portugal Telecom alega que não foi pelos interesses do BES que a OPA da Sonae falhou e garante que Granadeiro não teve qualquer papel na angariação de acionistas. "Alguém acredita que o homem mais rico do mundo entraria numa empresa para favorecer o interesse de um grupo português?", questionou Nuno Líbano Monteiro referindo-se a Carlos Slim.

Mário Cruz/Lusa
06 de Março de 2020 às 19:11
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O advogado de defesa de Henrique Granadeiro na Operação Marquês salientou esta sexta-feira, no segundo dia do debate instrutório, que a oferta pública de aquisição lancada em 2006 pela Sonae sobre a PT apenas falhou porque o preço era insuficiente, considerando que essa era a perspectiva do mercado.

 

Henrique Granadeiro está acusado de crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, peculato, abuso de confiança e fraude fiscal qualificada. O Ministério Público alega que o antigo presidente da PT recebeu entre 2007 e 2012 cerca de 24,5 milhões de euros através da Espírito Santo Enterprises, o alegado saco sul do BES, para beneficiar o grupo de Ricardo Salgado, quer na oposição à OPA da Sonae sobre a PT quer na venda da operadora brasileira Vivo e entrada na Oi.

 

Citando atas de reuniões do conselho de administração da PT, relatórios de consultores e bancos de investimento e um conjunto de testemunhas, desde Teixeira dos Santos a Zeinal Bava, Mário Lino ou Carlos Santos Ferreira, Luís Líbano Monteiro sustentou que o preço foi o obstáculo ao sucesso da oferta, frisando que os administradores da operadora fizeram o que lhes competia.

 

Também a reutralidadade então garantida pelo Estado na assembleia geral que chumbou a desblindagem dos estatutos e ditou o fim da oferta foi outro dos argumentos apresentados por Nuno Líbano Monteiro.

 

"Se o Estado queria apoiar no conselho de administração da PT os interesses do BES, porque não intercedeu junto da Autoridade da Concorrência?", questionou na sua intervenção, em que pediu a não pronúncia de Henrique Ggranadeiro, em particular dos crimes de corrupção passiva e branqueamento. 

 

Nuno Líbano Monteiro recusou ainda qualquer associação de Henrique Granadeiro à angariação de acionistas para a PT, os quais o Ministério Público considera que vieram permitir a Ricardo Salgado controlar a PT, como foi o caso da Visabeira, Joe Berardo ou Ongoing.

 

Referindo-se especificamente à Telmex, do mexicano Carlos Slim, o advogado questionou se "alguém acredita que o homem mais rico do mundo entraria numa empresa para favorecer o interesse de um grupo português."

 

Segundo a defesa do ex-presidente da Portugal Telecom, a administração do grupo não foi pressionada pelo BES nem pelos interesses do GES.

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