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Caso BPP: Acusação quer ouvir Jardim Gonçalves no julgamento de Rendeiro

A advogada de vários clientes que pediram para serem assistentes neste processo-crime pediu ao colectivo de juízes, no final da sessão de 18 de Fevereiro, para que o fundador e antigo presidente do BCP, Jorge Jardim Gonçalves, seja arrolado como testemunha.

Miguel Baltazar/Negócios
19 de Fevereiro de 2014 às 00:38
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Os advogados dos arguidos realçaram que o ex-banqueiro já constava da lista de testemunhas apresentada pela defesa, mas Fátima Godinho, autora do pedido, explicou que a acusação não podia correr o risco que a defesa prescindisse de algumas das testemunhas que chamou, impossibilitando a audição do depoimento de Jardim Gonçalves (na foto).

 

Depois de Rendeiro ter assegurado que não tinha tido conversas com ninguém do BCP para uma qualquer operação de aquisição ou fusão entre aquela entidade e o BPP e negado qualquer intenção de vir a ser administrador do BCP (dada a participação qualificada que a Privado Financeiras chegou a ter no último banco), a advogada de acusação recordou uma entrevista concedida ao jornal Expresso pelo fundador do BCP no verão de 2010.

 

Segundo a notícia que a advogada leu em tribunal, Jardim Gonçalves disse que Rendeiro o abordou para que o BCP absorvesse o BPP, dada a posição de quase 3% que a Privado Financeiras detinha no maior banco privado português.

 

O colectivo de juízes aceitou o pedido e, além de Jardim Gonçalves, a acusação solicitou ainda os depoimentos dos antigos presidentes do BCP Filipe Pinhal e Carlos Santos Ferreira.

 

O arguido Paulo Guichard, que reside e trabalha no Brasil há vários anos e que, depois de não ter comparecido à primeira sessão deste julgamento, apresentou-se hoje nas Varas Criminais, em Lisboa. Questionado pelo juiz presidente se pretendia usar do seu direito à palavra no âmbito das alegações iniciais, o responsável disse que, "neste momento", não queria falar.

 

Perante isto, e uma vez que Rendeiro foi o único até ao momento a prestar declarações, já que o arguido Salvador Fezas Vital também se remeteu para já ao silêncio, os trabalhos serão retomados na quarta-feira, 19 de Fevereiro (às 10:30, uma hora mais tarde do que tem sido habitual) com a audição de testemunhas, mais especificamente, de alguns dos clientes que se sentem lesados pelos três ex-gestores do BPP e pediram para ser constituídos como assistentes neste processo.

 

Os investidores da Privado Financeiras, entre os quais se destacam Francisco Pinto Balsemão, Stefano Saviotti e Joaquim Coimbra, terão sido lesados em mais de 40 milhões de euros com os investimentos feitos pelo veículo, que apostou exclusivamente nas acções do BCP e que viriam a desvalorizar-se drasticamente.

 

Os arguidos, João Rendeiro, Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital, são acusados pelo Ministério Público (MP) de burla qualificada em co-autoria.

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