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Autoridades detêm antigos dirigentes da Queiroz Galvão no âmbito da Lava Jato
A Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-director Othon Zanoide Moraes Filho e o ex-presidente Ildefonso Colares Filho, dois executivos que já haviam sido detidos em Novembro de 2014.
As autoridades brasileiras detiveram esta terça-feira, 2 de Agosto, dois empresários ligados ao conglomerado industrial Queiroz Galvão, em mais uma fase da Operação Lava Jato.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, foram emitidos 23 mandados com o objectivo de obter provas adicionais de supostos crimes de organização criminosa, cartel, lavagem de dinheiro e corrupção relacionados com contratos firmados pela Queiroz Galvão com a Petrobras.
Os "alvos" da Polícia Federal são dirigentes e funcionários do conglomerado industrial, que actua em áreas como a construção e o gás, e do consórcio Quip S/A, do qual a Queiroz Galvão era accionista maioritária.
Esta terça-feira, foram presos preventivamente o ex-director Othon Zanoide Moraes Filho e o ex-presidente Ildefonso Colares Filho, dois executivos que já haviam sido detidos em Novembro de 2014 e libertados por decisão da justiça.
Segundo as investigações referidas pela imprensa brasileira, existem indícios de que a Queiroz Galvão formou, com outras empresas, um cartel para fraudar licitações da Petrobras.
De acordo com a Folha de São Paulo, a empresa também terá pago subornos de dez milhões de reais (cerca de 2,7 milhões de euros) a funcionários da estatal brasileira.
É mais um passo na operação anti-corrupção Lava Jato, no âmbito da qual o antigo presidente Lula da Silva foi constituído arguido, na semana passada, sendo "acusado de ter feito parte de um esquema arquitectado para comprar o silêncio de um delator".
O juiz Ricardo Leite aceitou na passada sexta-feira, 29 de Julho, a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal brasileiro que acusa Luiz Inácio Lula da Silva de "comandar um esquema para obstruir a operação Lava Jato".
O Ministério Público Federal suspeita que o antigo presidente brasileiro, e outras seis pessoas - entre elas o antigo senador Delcídio Amaral e André Esteves, ex-presidente da BTG Pactual de tentarem comprar "o silêncio de Nestor Cerveró", ex-director da área internacional da Petrobras.
Lula da Silva reagiu a esta decisão classificando-a de "provocação". "Se o objectivo de tudo isso é tirar-me [da disputa presidencial] de 2018, isso não era necessário, a gente escolheria outro candidato mais qualificado. Mas essa provocação me dá uma coceira", afirmou durante um evento em São Paulo citado pela agência Bloomberg.