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António Mexia e João Manso Neto acusados de corrupção

Ministério Público acusou os antigos presidentes-executivos da EDP e EDP Renováveis por terem alegadamente corrompido Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, num processo com um total de seis arguidos.

João Manso Neto, ex-CEO da EDP Renováveis e atual CEO da Greenvolt e António Mexia, ex-CEO da EDP.
João Manso Neto, ex-CEO da EDP Renováveis e atual CEO da Greenvolt e António Mexia, ex-CEO da EDP. Miguel Baltazar
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São os dois nomes mais sonantes do “Caso EDP/CMEC” e foram acusados de corrupção pelo Ministério Público, confirmou o Negócios junto de fonte próxima do processo. António Mexia, CEO da EDP durante 15 anos, e João Manso Neto, ex-CEO da EDP Renováveis e atual CEO da Greenvolt, estão acusados do “crime de corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político”, que neste caso se aplica ao ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, também ele acusado – de corrupção passiva – no âmbito do mesmo processo, cuja investigação teve início em 2012.

Além das acusações aos seis arguidos, o Ministério Público entende que o Estado sofreu um prejuízo superior a 840 milhões de euros e exige a “perda de bens dos arguidos e da EDP no mesmo montante”. Contactada pelo Negócios, a EDP não quis reagir a este "pedido de indemnização".

Isto depois de em 2019 a empresa ter sido obrigada a devolver 285 milhões ao sistema elétrico (ao longo de três anos - 2020, 2021 e 2022) por recebimentos indevidos no âmbito dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMC).

Ao que o Negócios apurou, Manso Neto soube da sua acusação por parte do Ministério Público pelas notícias publicadas esta segunda-feira nos meios de comunicação social, não tendo sido notificado formalmente. Contactado, o CEO da Greenvolt não quis prestar esclarecimentos, tendo o mesmo acontecido com António Mexia.

Já Manuel Pinho disse à Lusa que “todo o processo [de definição dos CCMEC e extensão do domínio hídrico relativo a barragens] foi oficialmente escrutinado pela Comissão Europeia”. E acrescentou: “Não precisei, nem preciso, da ajuda de ninguém para ensinar em universidades estrangeiras”.

Em comunicado, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) fala em mais três acusados de corrupção passiva, sem mencionar nomes. O Negócios confirmou que se trata de João Conceição, administrador da REN e antigo consultor do ex-ministro, o assessor Rui Cartaxo e o ex-diretor-geral de Energia Miguel Barreto.

A defesa de João Conceição reagiu dizendo que qualquer acusação estava “há muito anunciada” e não se trata de uma surpresa. “Era só uma questão de saber a data”, disseram os advogados à Lusa. Também o administrador da REN soube da decisão pela comunicação social.

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