Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Caso EDP/CMEC: Advogados de Mexia e Manso Neto acusam Ministério Público de falta de isenção

"Estamos perante uma acusação frágil e sem fundamento", disseram os advogados de defesa João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa, em comunicado, sublinhando erros e falta de isenção na investigação.

Bruno Simão/Negócios
29 de Outubro de 2024 às 12:06
  • ...

Uma "investigação não isenta" e uma "acusação frágil e sem fundamento". É desta forma que os advogados de defesa de António Mexia e João Manso Neto - João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa, da sociedade de advogados MFA Legal - classificam a decisão do Ministério Público de acusar os dois arguidos do "Caso EDP-CMEC" (ao fim de mais de 12 anos de inquérito) dos crimes de corrupção ativa de Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do Governo de José Sócrates. 

"É uma acusação que surge porque tinha de surgir, sob pena de os titulares da investigação perderem a face. Estamos perante uma acusação sem fundamento", argumentam os advogados em comunicado, dizendo que "as regras relativas à implementação dos Custos do Mecanismo de Equilíbrio Contratuas e à extensão do Domínio Público Hídrico foram fixadas em momento anterior à entrada de António Mexia e João Manso Neto no Conselho de Administração da EDP", referindo-se ao ano de 2004. 

Além disso, dizem que os CMEC e a extensão do domínio hídrico "não geraram qualquer benefício à empresa; as decisões foram sempre colegiais e ratificadas pelo Conselho Geral de Supervisão da EDP (que na altura era presidido pelo representante designado pelo Estado); e foram escrutinados pela Comissão Europeia".

"Não só não beneficiou a EDP como a prejudicou em benefício do Estado. Isto porque introduziu um fator corretivo não
antecipado em 2004, que obrigou a EDP a proceder a um pagamento no valor de 755 milhões de euros (que acresceu aos 1.356 milhões de euros, relativos ao valor residual das centrais, que a EDP tinha direito a receber no final dos CAE, mas do qual abdicou, como forma de pagamento pela extensão do domínio público hídrico)", explicam, sublinhando que a Comissão Europeia confirmou a legalidade do regime dos CMEC. 

Os advogam acusam o Ministério Público de "negar o óbvio e varrer para debaixo do tapete" as provas que demonstram a legalidade da atuação dos arguidos.

"Esta acusação é uma "fuga para a frente", que assenta numa investigação não isenta, que se foi arrastando e que nunca teve como propósito o real apuramento da verdade", acusam ainda os advogados, dizendo que "finalmente, António Mexia e João Manso Neto terão, pela primeira vez, a oportunidade de provarem a sua inocência e de se pronunciarem perante um interlocutor isento sobre os erros da investigação". 

Apesar de a investigação ter começado em 2012, só em 2017 o Ministério Público promoveu a realização de buscas e a constituição de arguidos. Depois disso, em 2020 convocou, pela primeira vez, os arguidos para interrogatório. Os advogados dizem que nos últimos quatro anos "nada foi investigado".



Ver comentários
Saber mais Crime lei e justiça Corrupção Acusação Direito Energias de Portugal António Mexia Comissão Europeia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio