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Advogado de Armando Vara fala em "enorme desequilíbrio"

O advogado do ex-ministro Armando Vara, Tiago Rodrigues Bastos, disse, esta sexta-feira, que a condenação a cinco anos de prisão efectiva do seu cliente, no âmbito do processo "Face Oculta", é de um "enorme desequilíbrio".

Paulo Duarte
05 de Setembro de 2014 às 16:06
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"Isto é de um desequilíbrio que não tem noção nenhuma, além da culpabilidade ou da não culpabilidade - como sabem eu acredito e estou absolutamente convicto de que ela [culpabilidade] não existe -, mas, para lá disto, isto é de um enorme desequilíbrio", afirmou Tiago Rodrigues Bastos, no Tribunal Judicial de Aveiro.

 

O advogado, que vai recorrer da decisão da primeira instância, declarou ainda ter ficado surpreendido com a deliberação do colectivo de juízes.

 

"Eu seria hipócrita se não dissesse que me surpreende, como é evidente, surpreende-me. Vocês todos assistiram ao julgamento, estiveram aqui e creio que, em consciência, honestamente, nenhum de vocês diria que isto era possível de ter acontecido", argumentou.

 

Para o advogado, "ninguém poderia pensar numa coisa destas".

 

O antigo ministro Armando Vara estava acusado de três crimes de tráfico de influência, crimes pelos quais foi condenado.

 

Em sede de alegações finais, o Ministério Público tinha pedido uma pena de prisão efectiva.

 

A sua defesa procurou provar que o ex-ministro do PS não recebeu 25 mil euros de Manuel Godinho, o principal arguido do processo, como compensação pelas diligências por si empreendidas e a empreender em favor das suas empresas, mantendo que a acusação "não tem qualquer tipo de razoabilidade".

 

"Não acredito que nenhum tribunal do mundo possa retirar destes elementos probatórios uma conclusão séria sobre o que quer que seja", disse o advogado Tiago Rodrigues Bastos, admitindo que o processo "tem uma dimensão política" e que visava atingir o Governo de José Sócrates.

 

O processo "Face Oculta" está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objetivo o favorecimento do grupo empresarial de Manuel Godinho, nos negócios com empresas do sector empresarial do Estado e privadas.

 

Envolve 36 arguidos - 34 pessoas e duas empresas - que respondem por centenas de crimes de burla, branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influência. Todos foram hoje condenados.

 

O sucateiro Manuel Godinho, principal arguido no processo, foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão, em cúmulo jurídico, Armando Vara e José Penedos foram condenados a cinco anos prisão efectiva e Paulo Penedos, a quatro anos de prisão efectiva.

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