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Restauração discute o futuro com desfile de governantes
Fechada a luta do IVA da restauração, o sector vira-se para o futuro e conta com primeiro-ministro, três ministros do Governo e o presidente da Câmara de Lisboa para discursar numa conferência onde espera várias centenas de participantes.
Depois de ter amealhado uma importante vitória com a descida da taxa de IVA, o sector da restauração organiza uma mega-conferência sobre o futuro da economia onde desfilarão o primeiro-ministro, três dos seus ministros e o presidente da Câmara de Lisboa. A AHRESP (Associação de Hotéis, Restaurantes e Similares) não quer falar de clima de namoro com António Costa e o PS, mas assinala tratar-se de uma "honra" contar com tantos membros de um Governo "que está a surpreender pela positiva".
Em "o Futuro é Agora" (o nome escolhido para o ciclo de conferências, organizado em parceria com a Ordem dos Contabilistas Certificados) "falar-se-á pouco de restauração e mais de economia no seu todo", diz ao Negócios José Manuel Esteves, director-geral da associação.
Bloqueios como o baixo nível de capitalização das empresas, a rigidez contratual, a burocracia ou os níveis de fiscalidade serão debatidos no Centro de Congressos de Lisboa com duas dezenas de convidados, entre os quais pontuam o primeiro-ministro António Costa, Manuel Caldeira Cabral (ministro da Economia), José António Vieira da Silva (ministro do emprego e Segurança Social), Maria Manuel Leitão Marques (ministra adjunta e da modernização administrativa) e Fernando Medina (presidente da Câmara de Lisboa).
As abordagens são de futuro e vão ao encontro de alguns dos dossiês que o Governo tem em cima da mesa, mas não deverão regatear-se elogios ao Governo pela generosa descida do IVA na restauração. José Manuel Esteves, pelo menos, não os regateia.
"Durante quatro anos tivemos gestores de dogmas pouco dialogantes, ao contrário deste Governo, que mostrou ter capacidade de diálogo". Mais do que isso, acrescenta o responsável, "estamos perante um Governo que está a esforçar-se enormemente para cumprir com as suas promessas eleitorais, quando todos estávamos habituados a que elas fossem esquecidas", diz José Manuel Esteves, que, daqui até à votação final do Orçamento do Estado para 2016 ainda conta com a flexibilidade do Executivo em mais "um ou dois aspectos que falta afinar".
Sumos, néctares e refeições completas ainda com margem de alívio
Um deles respeita a taxa a aplicar aos néctares e aos sumos. Estes produtos ficaram expressamente de fora da descida do IVA (ao contrário do café, águas, leite e chá) mas a expectativa da AHRESP é de que eles também baixem aos 13% - "até porque é estranho estes produtos estarem no supermercado a 6% e no restaurante a 23%", diz.
Outra área que precisa de afinamentos é a do IVA nos menus (quando se combinam produtos com taxa intermédia e taxa normal) e nas refeições completas, quando o restaurante vende o serviço de refeição em pacote, com bebidas e comida incluídos.
O responsável assinala que tem encontrado "muita receptividade" das Finanças, e está convencido de que a solução final será favorável.