Notícia
Apollo escapou ao IMT na compra das casas da Fidelidade
Criadas como empresas veículo para revenda de imóveis, as empresas da Apollo que adquiriram os imóveis ficaram dispensadas do pagamento de Imposto Municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT), escreve hoje o jornal Público.
As empresas subsidiárias da Apollo, criadas pelo grupo para adquirir os mais de 270 imóveis que constituíam o portefólio que a Fidelidade colocou à venda, não suportaram o pagamento de IMT, imposto que, em regra, deve ser pago por quem adquire um prédio ou um terreno. A isenção aconteceu ao abrigo de uma norma do código do IMT segundo a qual estão isentas as aquisições de prédios para revenda, adianta o Público na sua edição desta terça-feira, 13 de Novembro.
As empresas em causa foram constituídas apenas no final do ano passado, não tendo, segundo o jornal, apresentado qualquer prova de que se dedicam efectivamente à compra e venda de imóveis, um requisito que é, aliás, exigido pelo código do IMT. Ainda assim, a Autoridade Tributária e Aduaneira optou pela isenção de imposto.
Nem a Apollo nem o Fisco comentaram a notícia do Público. A empresa também não respondeu às questões sobre se pretende ou não permitir aos inquilinos das casas o exercício do direito de preferência na compra pelos valores constantes das escrituras, como terá sido previamente acordado com a Fidelidade.
Apesar de sempre ter sido apresentado com um negócio único – não tendo, por isso, sido dado direito de preferência aos inquilinos no momento da venda –, a transacção acabou por ser feita através da realização de dezenas de escrituras de compra e venda. Nenhuma pagou IMT.