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Elisa Ferreira: "Ir para o governo? Temos de ver onde somos mais úteis"
Elisa Ferreira não confirma se recebeu convite de António Costa e lembra que não se deve concentrar todos os esforços em Portugal. "Temos de trabalhar cada vez mais em rede" na Europa, diz em entrevista ao Negócios a publicar na íntegra na edição de amanhã.
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Elisa Ferreira não comenta pretensos convites para o Governo. Garante que está solidária e sublinha que o País não pode desguarnecer a agenda europeia e concentrar todos os meios em Portugal.
Cavaco Silva vai indigitar António Costa como primeiro-ministro. É a melhor solução?
É a única solução possível e não vejo qualquer problema nela, pelo contrário.
Os "acordos" à esquerda garantem condições estáveis de governabilidade?
Acho que sim. Primeiro, temos de confiar em partidos que, por sua iniciativa, dizem que preferem um governo liderado pelo PS; por outro lado, acho muito positivo que o programa seja um programa do PS, que é um partido europeísta desde as suas origens, se enquadra totalmente no espírito e na prática da legislação europeia. E os partidos que os apoiam sabem disso.
Mas não estão dispostos a apoiar todas as medidas...
Nem é disso que se trata. O programa foi balizado pela agenda europeia, essa foi a condicionante maior do trabalho dos economistas.
Foi convidada?
Nunca falo de convites que não tenha aceite.
A suspeita de uma eventual recusa não pode ser interpretada como falta de confiança no projecto?
Não falo de convites em geral. Estou completamente de acordo e solidária com este programa e com o trabalho que vai ser feito em Portugal. E considero que nós, enquanto País, temos de trabalhar cada vez mais em rede porque a legislação nacional que, por vezes, achamos que temos autonomia para a fazer, está espartilhada pela agenda europeia. Desguarnecer a agenda europeia para concentrar todos os meios em Portugal é errado. Isso foi absolutamente determinante no caso da Irlanda - a Irlanda é um país que trabalha essencialmente em rede, de acordo com os interesses nacionais. Não podemos pensar que concentrando toda a gente em Portugal ganhamos porque às vezes perdemos. É uma discussão que temos de ter: onde é que as pessoas são mais úteis.