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Rendas voltam a subir 9% no primeiro semestre. São celebrados cada vez menos contratos

O valor mediano das rendas fixou-se em 5 euros por metro quadrado no primeiro semestre, um aumento homólogo de 9%. O número de novos contratos celebrados caiu 10,5%.

Miguel Baltazar
03 de Outubro de 2019 às 11:06
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As rendas continuam a crescer a um ritmo acelerado. No primeiro semestre deste ano, o valor mediano das rendas de alojamentos familiares fixou-se em 5 euros por metro quadrado em Portugal, o que corresponde a uma subida de 9,2% face a igual período do ano passado. Neste período, e perante esta evolução, foram celebrados pouco mais de 71 mil novos contratos de arrendamento, menos 10,5% do que no primeiro semestre do ano passado.

Os dados foram divulgados, esta quinta-feira, 3 de outubro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que há 37 municípios, localizados sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve, onde os preços ficaram acima dos valores registados a nível nacional. Lisboa continua a ser o concelho com os preços mais elevados, com uma renda mediana de 11,71 euros por metro quadrado, o que representa um aumento de 12,7% face ao ano passado.

Cascais (10,23 euros por metro quadrado), Oeiras (9,75 euros), Porto (8,33 euros) e Amadora (7,69 euros) completam a lista dos cinco concelhos mais caros do país.

Os aumentos mais expressivos, contudo, registaram-se no norte do país. Nos municípios de Braga, Matosinhos e Porto, o valor mediano das rendas aumentou 16,4%, 16% e 15,5%, respetivamente. Também Setúbal está entre os municípios que mais encareceram, com uma subida de 16,3%.

Preços só descem em quatro regiões

Já na análise a nível regional, as subidas de preços são generalizadas, contando-se apenas quatro regiões onde as rendas caíram: Douro, Terras de Trás-os-Montes, Alentejo Litoral e Alto Alentejo, todas com valores abaixo da mediana nacional.

As rendas mantêm, assim, uma tendência initerrupta de subidas. No ano de 2017, o primeiro para o qual estas estatísticas do INE estão disponíveis, o valor mediano das rendas era de 4,39 euros por metro quadrado a nível nacional. No segundo semestre de 2018, tinha aumentado para 4,80 euros. No primeiro semestre deste ano, já estava nos 5 euros.

Cada vez menos contratos

Em sentido contrário, não há nenhuma região do país onde o número de novos contratos não tenha sofrido uma quebra. Ao todo, em Portugal, foram celebrados 71.369 novos contratos de arrendamento no primeiro semestre, menos 10,5% do que em igual período do ano passado, uma tendência comum a todo o território.

A Área Metropolitana de Lisboa concentrou cerca de um terço dos novos contratos de arrendamento e, juntas, as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto representam metade do total de novos contratos do país. Mesmo assim, estas duas áreas registaram quebras de 11% e 9,6%, respetivamente, no número de novos contratos.

Freguesias lisboetas custam quase o triplo do país

Lisboa mantém-se não só como o município mais caro do país, como uma das zonas onde os preços mais continuam a aumentar, não dando grandes sinais de desaceleração. Em algumas freguesias, os preços na capital chegam a ser quase o triplo do resto do país.

A freguesia de Santo António, onde fica a zona do Marquês de Pombal e Avenida da Liberdade, foi novamente aquela onde se registaram os maiores preços, com um valor mediano de 14,12 euros por metro quadrado, o equivalente a 2,8 vezes a mediana nacional. Na Misericórdia, as rendas subiram para 14,03 euros por metro quadrado.

Só em duas freguesias há rendas com valores abaixo dos dois dígitos por metro quadrado, mas também aqui são registadas subidas aceleradas. Em Marvila, as rendas fixaram-se em 9,96 euros por metro quadrado e, em Santa Clara, a freguesia mais barata de Lisboa, os preços subiram para 8,63 euros por metro quadrado.

Preços sobem 25% em freguesia do Porto

Também no Porto as rendas continuam a aumentar a um ritmo acelerado. O valor das rendas neste município aumentou 15,5% para 8,33 euros por metro quadrado no primeiro semestre.

Não há ainda qualquer freguesia onde os preços cheguem aos dois dígitos por metro quadrado, mas estão cada vez mais próximos. Na União de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, as rendas dispararam 25,3% no primeiro semestre e fixaram-se em 9,62 euros por metro quadrado.

Campanhã é a mais barata, ainda que os preços tenham aumentado mais de 17% para os 6,84 euros por metro quadrado.

Notícia atualizada pela última vez com mais informação às 11h52.
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