Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Associação de inquilinos quer que rendas sejam sempre pagas através do banco

Representantes dos arrendatários enviaram para o Parlamento um novo conjunto de propostas de alteração à lei das rendas e pedem mais regulamentação e fiscalização para o mercado.

Bruno Colaço
Filomena Lança filomenalanca@negocios.pt 20 de Julho de 2018 às 11:43

A Associação de Inquilinos Lisbonenses (AIL) defende que deve passar a ser obrigatório o pagamento e o recebimento das rendas "através de depósito ou transferência bancária", uma obrigação que deveria ser "progressivamente extensível a todos os contratos de arrendamento em vigor" e abranger, além da habitação, "as situações de hospedagem, quartos, residências para estudantes e/ou similares".

 

Esta seria uma forma de controlar o mercado paralelo e os representantes dos arrendatários insistem "na necessidade de se regular e fiscalizar o mercado de arrendamento, a exemplo da regulação e fiscalização existente sobre outras actividades económicas, culturais e sociais".

 

O Parlamento, recorde-se, está em processo de revisão da lei das rendas e tem em discussão um conjunto de propostas do Governo e dos partidos. O calendário definido pelos deputados prevê que no início de Setembro sejam apresentadas propostas de alteração e a ideia é que o processo fique concluído até à apresentação do orçamento do Estado para 2018.

 

Aproveitando o momento, a AIL volta à carga e apresenta um conjunto de propostas aos deputados. Tal como já antes tem vindo a reivindicar, a associação quer também que seja obrigatório o registo dos contratos nos respectivos Municípios. Dessa forma, estes poderão verificar previamente as condições de habitabilidade e, também, comunicar os contratos à Autoridade Tributária para efeitos fiscais, tanto para os senhorios como para os inquilinos.

 

À semelhança do que tem proposto o Governo, os inquilinos querem que se determine a obrigatoriedade para todos os contratos de arrendamento de um seguro de renda e de um seguro multirriscos, "eliminando-se fiadores e outras garantias". Os seguros, acrescentam, deverão ser dedutíveis ao IRS e ao IRC.

 

A AIL defende, igualmente, que  devem ser suspensos  os despejos por obras e por não renovação dos contratos e que tal suspensão seja " aplicável a todo o inquilinato até que vigore a nova legislação". Para já, a suspensão aplica-se apenas a inquilinos com mais de 65 anos e que estejam nas casa há mais de 15.

Em matéria fiscal, os inquilinos pedem várias alterações, nomeadamente a criação, para os rendimentos prediais, de escalões e taxas idênticos aos rendimentos do trabalho e das pensões" e que o rendimento a taxar "seja calculado sobre o m2 do local arrendado". Pedem também que, para incentivar renovações dos contratos se "reduza progressivamente o IRS/IRC, até limites razoáveis".

Para a fiscalidade dos próprios inquilinos, pedem a isenção de impostos para as indemnizações recebidas em caso de despejo e voltam à carga com a reivindicação de que também as rendas antigas possam ser dedutíveis ao IRS, algo que hoje em dia não acontece. 
Ver comentários
Saber mais Associação de Inquilinos Lisbonenses AIL Autoridade Tributária economia negócios e finanças
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio