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Instituto da Habitação e Reabilitação tem 9.000 habitações em marcha para renda acessível
A ministra da Habitação levou ao Parlamento um balanço da habitação pública que está em marcha. Um processo em contínuo, afirmou, por entre críticas da oposição, que fala em perda de confiança do mercado.
O Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) tem atualmente 500 habitações em obra para colocar no Programa de Arrendamento Acessível (PAA), outros 2.900 em projeto e mais 1.600 em pré-projeto, anunciou esta quarta-feira no Parlamento a ministra da Habitação. A estes somam ainda mais mil fogos públicos em inventário e que vão também ser destinados a este programa. O IHRU vai adquirir outros 500, prontos a habitar, um processo que vai decorrer "em contínuo" até 2026.
Marina Gonçalves está na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação para uma audição a propósito do pacote do Governo para a habitação e levou números para apresentar aos deputados. A ministra explicou, ainda, que há 2,450 fogos que serão disponibilizados via municípios e mais 475 através do Fundo Nacional para a Reabilitação do Edificado. No conjunto, são "habitações sinalizadas junto do IHRU todas mobilizadas", sublinhou.
Estes projetos estão em curso e 6.800 estão calendarizados para estarem concluídas até 2026. No seu conjunto, deverão ficar concretizados até 2030, já que há uma parcela "que não depende só de nós", explicou a ministra numa resposta ao PCP. Somam-se-lhe, explicou, os projetos em matéria de cooperativas, com a cedência de terrenos públicos em direito de superfície por 90 anos e nos quais estão previstas cerca de uma centena de habitações a nascer em dois terrenos em Setúbal e em Vila Nova de Gaia.
Já o programa 1º Direito entregou até agora 1.400 habitações, prevê-se que sejam entregues mais 1.000 este ano e 6.500 em obra ou a entrar em obra.
"Uma resposta mais estrutural, que está em curso" e que "demora tempo, mas deve sempre ser a nossa prioridade", sublinhou Marina Gonçalves, lembrando o exemplo do PER que só sete anos depois de ter sido criado é que ficou concluído. "Esta política começou em 2018 e é um processo em contínuo, evolutivo, entre oa municipios, o Estado, os proprietários privados e as cooperativas, um trabalho de parceria com todos, porque achamos que devemos mobilizar todo o mercado".
Já a resposta mais conjuntural, explicou, é fruto do momento e traz várias medidas que serão exececionais, nomeadamente o teto às novas rendas, previsto no Mais Habitação.
As justificações, contudo, não convenceram. A audição tem vindo a ser interrompida por vozes críticas e o PSD acusou o pacote do Mais Habitação de estar "a provocar um efeito devastador na confiança dos investidores e senhorois". "As normas têm de ser estáveis e claras, o Governo traiu a confiança dos proprietários e o ataque à propriedade privada é algo que é ideológico e altamente discutivel", afirmou Paulo Rios Oliveira, do PSD.
O deputado quis saber quando chegarão ao Parlamento as propostas do Governo, já aprovadas em Conselho de Ministros. Chegarão "nos próximos dias", assegurou a ministra.