Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Maior fatia de fundos comunitários em Portugal é para a Parque Escolar

Em Portugal, o programa de requalificação Parque Escolar recebeu a maior fatia de fundos comunitários desde 2007 – um total de mil milhões de euros. Aposta dos governos nacionais tem recaído na qualificação profissional e na educação. Ferrovia ficou atrás do Alqueva.

Miguel Baltazar/Negócios
22 de Maio de 2017 às 09:45
  • ...

Desde 2007, a principal fatia de fundos comunitários tem sido canalizada, em Portugal, para as áreas da Educação e da formação profissional, de acordo com um levantamento da plataforma Subsidy Stories hoje noticiado pelo Público. O estudo, que considera os dois mais recentes quadros comunitários (2007-2013 e 2014-2020) conclui que a Parque Escolar foi a principal beneficiária dos apoios de Bruxelas, mobilizando um total de mil milhões de euros.

 

Logo depois está o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), com 985 milhões, seguindo-se a Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES), com 715 milhões. No total, e nestes dois quadros, Portugal receberá pouco mais de 29 mil milhões de euros.

 

Estas conclusões evidenciam que, apesar das trocas de acusações entre os partidos, as prioridades dos governos do PS e do PSD não têm variado muito, prossegue o Público. Embora a grande aposta do Executivo de José Sócrates tenha sido o programa Novas Oportunidades, que foi abandonado por Passos Coelho, este apostou no financiamento a estágios e a empresas. O actual Executivo de António Costa voltou a apostar na formação para adultos.

 

De acordo com o projecto Subsidy Stories, o segundo lugar da DGES explica-se essencialmente devido às verbas para o pagamento de bolsas de estudo e de apoio aos estudantes do ensino superior, que mobilizam, no período referido, 163 milhões de euros, ou praticamente um quarto do total.

 

A maior fatia de financiamento atribuída ao IEFP – 185 milhões, ou 35% do total – destinou-se a financiar os Estágios Iniciativa Emprego Jovem. Seguem-se 99 milhões para os Estágios para Jovens e 63 milhões para o programa Vida Activa para Desempregados. No levantamento da Subsidy Stories, o IEFP surge em duas categorias distintas, embora com o mesmo nome. Ambas as categorias somadas somam os referidos 985 milhões de euros.

 

Alqueva recebe mais do que a ferrovia

No quarto lugar, com maior financiamento atribuído, está a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), com 498 milhões de euros. Segue-se a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, que recebe um total de 461 milhões de euros.

 

Só depois chega a Refer, responsável pela gestão da infraestrutura rodoviária (que entretanto passou a ser gerida pela Infraestruturas de Portugal, que coordena também as estradas), com uma dotação de 444 milhões de euros e cujo maior projecto financiado foi a variante de Alcácer, integrada na ligação de caminho-de-ferro de Sines a Elvas (91 milhões de euros).

 

A título de exemplo, a variante da Trofa custou 41 milhões de euros e a mais cara das modernizações na Linha do Norte, principal eixo ferroviário do país, cifra-se em 27 milhões, no eixo Alfarelos-Pampilhosa (embora este não seja o valor do custo total da intervenção, apenas a comparticipação de Bruxelas).

 

Segundo o Público, os dados mostram que, além de Portugal, só a Bélgica, a Áustria e a Irlanda é que têm a educação ou a formação profissional como principais áreas financiadas por Bruxelas. A maioria dos restantes estados-membros, sejam grandes ou pequenos, ricos ou pobres, aposta mais na construção de estradas, auto-estradas e linhas de comboio.

Ver comentários
Saber mais Fundos comunitários IEFP qualificação profissional Parque Escolar escolas ferrovia Refer Alqueva
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio