Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Pensionistas e função pública vão continuar a receber subsídio de Natal em duodécimos

António Costa é contra o pagamento do subsídio de Natal das pensões e dos salários do Estado em duodécimos, mas vai mantê-los em 2016 se chegar ao Governo. Para 2017 mantém-se tudo em aberto.

Bloomberg
12 de Novembro de 2015 às 12:16
  • ...

O subsídio de Natal dos funcionários públicos e dos reformados continuará, como até aqui, a ser pago em duodécimos – isto é, distribuído pelos restantes meses do ano – caso António Costa seja indigitado primeiro-ministro. A notícia foi avançada esta quinta-feira, 12 de Novembro, pelo Jornal de Notícias, e já confirmada pelo Negócios junto de fonte do PS.

Apesar de o líder socialista estar contra o pagamento do subsídio de Natal em duodécimos, o PS entende que em 2016 se tornaria tecnicamente mais difícil de desfazer a medida. Isto por causa dos salários da Função Pública, cujos cortes vão ser repostos ao ritmo trimestral.

Para 2017, mantém-se aberta a possibilidade de voltar a introduzir o subsídio de Natal, por inteiro e de uma só vez em Novembro. 

 

A decisão de começar a pagar o subsídio de Natal em duodécimos ocorreu pela primeira vez em 2013, com o argumento de ajudar as famílias mais aflitas a gerirem melhor o seu orçamento, mensalmente.

A medida aplicou-se obrigatoriamente a todos os rendimentos pagos pelo Estado (pensões e salários) mas até hoje há pensionistas que ainda não percebem porque lhes foi tirado o subsídio de Natal. Prova disso mesmo é o facto de os postos de atendimento da Segurança Social exibirem avisos a clarificar a situação.

 

Além da questão técnica invocada pelo PS, há outra, de natureza política. 2016 será ano de repor rendimentos, mas, uma reposição do subsidio de Natal implicaria que o rendimento mensal diminuísse. Ou seja, os aumentos salariais e de pensões não se fariam sentir, o que anularia o efeito percebido da decisão. 

Pensões mínimas: quem dá mais? 

Na frente das pensões, a direita já começou entretanto a afiar as facas e a acusar o PS de estar a promover um aumento inferior aquele a que o PSD/CDS propunham.

 

Mota Soares primeiro e Paulo Portas depois, dizem que o PCP, BE e PS deviam "corar de vergonha" por se estarem a propor actualizar as pensões até 628,8 euros em 0,3%, como decorre das regras de actualização automática. A proposta do CDS/PSD passava por aumentar as pensões até 261 euros em 1%.

No contra-ataque, o PS lembra que as realidades não são comparáveis. Desde logo, os socialistas propõem-se a actualizar à taxa de inflação um universo muito maior de pensões, até 628,8 euros – são cerca de 70% das pensões pagas no país.

Depois, alegam os socialistas, as pensões mais baixas poderão ser complementadas com o complemento solidário para idosos (CSI), uma prestação criada pelos socialistas para os pensionistas que são pobres e que o anterior Governo resolveu cortar.

No fundo, está em causa uma diferença de método de actualização das pensões, que ao longo da anterior legislatura foi muito debatida.

CDS/PSD preferem aumentar três tipos de pensões mínimas, o PS prefere tratar as mais baixas por igual, e discriminar positivamente as mínimas apenas nos casos em que os pensionistas que tenham um rendimento abaixo do limiar da pobreza. 

Na base da criação do complemento solidário para idosos esteve a constatação de que 68% dos reformados que recebem pensões mínimas não são pobres.

O deputado João Galamba, em declarações à Lusa, acusou Paulo Portas de dar "a entender que aumentou o rendimento dos pensionistas mais pobres, quando na verdade aumentou cerca de 10 euros mas cortou 20 euros no complemento solidário para idosos".


Ver comentários
Saber mais Eleições legislativas 2015 PS Bloco de Esquerda PCP Programa de Estabilidade Segurança Social Orçamento do Estado pensões salários Administração Pública
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio