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Passos não vê inconstitucionalidade nas 35 horas

PSD afasta dúvidas de inconstitucionalidade, pelo menos, para já. Líder do maior partido da oposição remete decisão para o Presidente da República que analisará o diploma em breve.

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O líder do PSD revelou esta segunda-feira ter dúvidas que haja inconstitucionalidade no diploma das 35 horas, remetendo uma decisão para o Presidente da República.

"No passado ninguém discutiu a inconstitucionalidade de ter 35 horas no Estado e 40 horas no privado. Tenho dúvidas que faça sentido estar agora a suscitar essa questão", disse Pedro Passos Coelho, que falava aos jornalistas à margem de uma vista no distrito do Porto.

O presidente do maior partido da oposição remeteu a questão para o Presidente da República, que receberá o decreto da lei das 35 horas em breve para promulgação, depois da aprovação pelo Parlamento na semana passada. "O senhor Presidente da República é que deve nesta altura fazer essa avaliação e em função do que for a sua avaliação nós depois decidiremos", afirmou Passos Coelho, em declarações recolhidas pela TSF.

No entanto, o ex-primeiro-ministro não deixou de criticar a decisão de reduzir o horário de trabalho no Estado, das actuais 40 para 35 horas, pela diferença que marca face ao regime no sector privado. "Politicamente é um erro estar a fazer o retrocesso de ter 35 horas na Administração Pública quando temos fora da Administração Pública um regime a vigorar completamente diferente", sustentou.

O comentador político e conselheiro de Estado Luís Marques Mendes admitiu, na noite de domingo, que o diploma das 35 horas venha a ter problemas de constitucionalidade, se for feito um pedido de fiscalização junto do Tribunal Constitucional. É que a "chamada lei travão" referida por Marques Mendes, e que consta da Constituição da República Portuguesa impede os grupos parlamentares de apresentar projectos de lei que podem aumentar a despesa no ano económico em curso.

Esta lei, que nasceu no Parlamento por iniciativa dos partidos da maioria de esquerda, tem, no entanto, uma norma que prevê que dela não decorra uma subida nos gastos da Administração Pública, condição imposta pelo PS para aceitar que a redução de horário entre em vigor a 1 de Julho. 
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