O antigo vice-presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Bernardo Santos e Sousa, que o Negócios noticiou na terça-feira que foi afastado do cargo, foi nomeado diretor executivo do Plano Nacional de Implementação de Uma Garantia Jovem.

Questionado pelo Negócios sobre a nomeação, fonte oficial do Ministério do Trabalho (MTSSS) confirma que o despacho foi assinado esta sexta-feira pelo secretário de Estado do Trabalho, Adriano Rafael Moreira.

"Ao assumir as funções para as quais foi hoje nomeado, Bernardo Manuel Vieira Santos e Sousa cessa o seu exercício como vice-presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional", diz fonte oficial do Ministério do Trabalho (MTSSS).

Questionada, na terça-feira sobre a exoneração, a mesma fonte optou por não comentar o assunto. Esta sexta-feira sublinhou, contudo, que não houve exoneração, com o dirigente a cessar funções com a nomeação para o novo cargo.

De acordo com a resolução de conselho de ministros que enquadra o cargo, de 2021, o diretor executivo é equiparado para efeitos remuneratórios a vogal do conselho diretivo do IEFP.

Um aviso da Cresap de 2022 sobre um concurso para vogal do IEFP mostra que na altura a remuneração base do vogal do IEFP era de 3.938,27 euros  aos quais acresciam 1.575,31 euros de despesas de representação (em valores brutos).

Deste cargo é afastada, assim, Sara Ramos, a professora universitária que tinha sido nomeada pelo anterior secretário de Estado Miguel Fontes depois de ter sido técnica especialista no seu gabinete. O Ministério do Trabalho diz que Sara Ramos "estava em acumulação e agora regressa em exclusivo à atividade docente".

"O Governo quer relançar o programa Garantia Jovem, em concretização da aposta que faz, e que consta do seu programa, de apoiar os jovens na procura de emprego e na consolidação de um projeto de vida em Portugal", diz o Ministério do Trabalho (MTSSS).

A mesma fonte oficial acrescenta que "escolheu para dirigir o projeto alguém que tem as competências académicas e profissionais adequadas para desempenhar a função".

Bernardo Santos e Sousa "é licenciado em Economia, fez um MBA Executivo, foi vice-presidente do Conselho Diretivo do Instituto do Emprego e da Formação Profissional ,I.P., foi coordenador da Estrutura de Missão para a Igualdade de Género, coordenou o Pilar da Capacitação e Inclusão Digital das Pessoas na Estrutura de Missão Portugal Digital".

Bernardo Santos e Sousa também já foi vogal do IEFP, tendo sido afastado no último dia de 2015 pelo antigo ministro Vieira da Silva.

O Governo ainda não revelou quem será nomeado para a vice-presidência do instituto.

Notícia atualizada pelas 11h30 do dia 8 de junho, com a referência à resposta dada posteriormente sobre a exoneração.