A Câmara Municipal de Lisboa vai abrir, entre Julho e Setembro, 19 concursos externos – abertos aos trabalhadores do privado – em diversas áreas de licenciatura, incluindo Direito, engenharias e medicina veterinária. Mas as maiores fatias dos 106 postos de trabalho destinam-se a condutores de máquinas pesadas e veículos especiais, electricistas, calceteiros ou mecânicos.

A decisão foi anunciada esta quarta-feira numa reunião com jornalistas pelo vereador de Recursos Humanos, João Paulo Saraiva, que estima que os concursos demorem cerca de um ano e meio, e que as admissões sejam feitas no final de 2018. A questão será levada esta quinta-feira a reunião de Câmara.

Aumentos salariais por mobilidade

O novo concurso surge acompanhado de um segundo anúncio sobre processos que na prática facilitam aumentos salariais através da mobilidade entre carreiras: o município vai permitir a consolidação da mobilidade na carreira ou na categoria a 770 pessoas – entre as quais estarão 687 bombeiros – o que significa que estes trabalhadores consolidam a sua posição depois de um aumento salarial.

E vai ainda abrir "nos próximos meses" concursos que permitam a outras cem pessoas que entretanto obtiveram um novo grau de escolaridade mudarem de carreira, aumentando o salário.

Questionado sobre se o momento escolhido está relacionado com a proximidade de eleições autárquicas, o responsável indicou antes outras justificações.

"Tivemos até ao ano passado a resolver problemas extraordinários, relacionados com carências graves na higiene urbana e bombeiros". "Resolvidas estas duas questões" e tendo em conta o facto de o Governo só ter facilitado o recrutamento e a mobilidade em legislação relativa a 2016, o município afirma que pretende agora evitar que haja falta de pessoal em situações futuras. "Estamos a fazer o que nos compete".

O vereador argumenta que os aumentos remuneratórios são justos - já que no caso da mobilidade intercarreiras as pessoas adquiriram um novo grau de escolaridade – e que as contratações são necessárias tendo em conta as aposentações, a "dinâmica à volta da reabilitação" e as novas tecnologias.

O concurso externo custará mais um milhão de euros por ano, o que de acordo com João Paulo Saraiva é mais do que compensado pela poupança de 1,6 milhões que o município estima obter em dois anos de aposentações.