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Frente Comum fala em “recuo”: há funcionários de carreiras gerais fora dos aumentos anunciados

Em declarações aos jornalistas, o coordenador da Frente Comum explicou que há categorias dentro das carreiras gerais que nos termos da proposta do Governo não terão os aumentos que foram anunciados.

Pedro Catarino
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No ano em que a inflação caminha para uma média de 8%, o Governo somou à proposta de aumentos salariais para 2023 (em média de 3,6%) a valorização das algumas carreiras gerais da administração pública.

Em declarações aos jornalistas, no final de mais uma reunião com o Executivo, o coordenador da Frente Comum explicou, no entanto, que a proposta para valorização dos assistentes técnicos e operacionais deixa parte dos trabalhadores destas carreiras gerais de fora.

"A única evolução que houve foi um recuo", disse Sebastião Santana, da estrutura da CGTP. "A solução que apresenta é mexer em duas categorias de duas carreiras".

No caso dos assistentes operacionais, o que o Governo anunciou hoje foi que os que têm mais de 35 anos de serviço terão já em janeiro dois saltos remuneratórios adicionais, além do que decorre dos aumentos salariais propriamente ditos, num total que a FESAP calcula em cerca de 156 euros.

Aos jornalistas, Sebastião Santana disse explicou "só quem tem 35 anos de serviço na categoria de assistente operacional é que vai ter alguma valorização em janeiro do próximo ano, ou seja, uma mão cheia de coisa nenhuma". De fora da proposta ficam, segundo explicou, os encarregados operacionais ou encarregados operacionais gerais. "Ficam de fora dessa atualização os encarregados operacionais, que são só os mais velhos". 

Em causa estão por exemplo encarregados que trabalham nas oficinas das autarquias, na limpeza urbana ou nos hospitais.

Também a valorização dos assistentes técnicos (num total de 104 euros) "só se aplica à categoria de ingresso", nos termos da proposta do Governo. O que significa que os assistentes técnicos que estão noutra categoria ("coordenador técnico") e que são tendencialmente mais velhos, também ficam de fora.

Os responsáveis sindicais da delegação da Frente Comum falam em "recuo" porque sublinham que na proposta inicial o Governo prometia genericamente valorizar a carreira e não apenas algumas categorias da carreira.

Os sindicatos da CGTP dizem que é necessário separar a proposta de valorização das carreiras, que pretende fazer um inevitável trabalho de correção da tabela remuneratória única, dos aumentos salariais, que não foram alterados.


"O aumento salarial é ridículo face à inflação que temos", disse Sebastião Santana, comparando a inflação "de 10%" com o aumento médio de 3,6%.

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