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UTAO estima défice de 2,3% para 2016

Os técnicos do Parlamento calculam que o défice que interessa a Bruxelas tenha ficado em 2,3% no ano passado, beneficiando de 570 milhões de euros de medidas extraordinárias. UTAO vê como possível saída do Procedimento por Défices Excessivos.

Marcelo recebe de Lobo Xavier um relato do que dizem os SMS e não gosta. Força Centeno a explicar-se. O ministro admite conversas, mas não um acordo e fala em 'erro de percepção mútua'. Costa elogia resultados de Centeno, mas um comunicado de Marcelo a 13 de Fevereiro fragiliza o ministro. A nota incomoda o Governo. Marcelo tenta pôr um ponto final na polémica, mas continuam a surgir informações que parecem envolver todos: Centeno, Costa e Marcelo.
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O défice medido em contabilidade nacional, a perspectiva que conta para o apuramento do cumprimento das regras de Bruxelas, terá ficado em 2,3% do PIB no ano passado, calculam a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). Numa nota distribuída esta terça-feira aos deputados, a que o Negócios teve acesso, os técnicos da Assembleia estimam medidas extraordinárias no valor de cerca de 570 milhões de euros ajudaram a baixar o défice. A confirmar-se esta estimativa, Portugal poderá sair do Procedimento por Défices Excessivos. 

Este é o valor central para a estimativa de défice da UTAO para o ano passado. Os técnicos do Parlamento trabalham com um intervalo do défice que varia entre 2,1% e 2,5%. 

A estimativa central dos técnicos do Parlamento fica duas décimas acima da previsão do Governo. A 15 de Fevereiro, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse no Parlamento que o défice não ficará acima de 2,1%. No entanto, o intervalo calculado pela UTAO permite ainda acomodar as contas de Centeno. 

Sem medidas extraordinárias, o défice em contabilidade nacional terá ficado em 2,6%, sendo este o ponto médio de um intervalo que vai desde 2,4% a 2,8% do PIB.

Segundo a UTAO, no ano passado o défice foi beneficiado por um conjunto de medidas irrepetíveis que somam 0,3 pontos percentuais do PIB, ou seja, cerca de 570 milhões de euros.
 
"Entre estas medidas, destacam-se pela sua dimensão a receita do Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), representando 0,2% do PIB, e a devolução de "pre-paid margins" relativas ao empréstimo obtido no âmbito do Programa de Assitência Económica e Financeira, representando 0,15% do PIB, ambas com efeitos no 4.º trimestre de 2016."

A confirmarem-se as contas da UTAO, o défice terá recuado 2,1 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Mas se corrigidos os défices de 2015 e 2016 dos efeitos "one-off", "a redução do défice em 2016 deverá ter-se cifrado em 0,4 pontos percentuais do PIB, bastante mais moderada dos que a verificada ao nível do défice global".   

Os técnicos do Parlamento acreditam que os resultados da execução orçamental para o ano passado deverão permitir o abandono do grupo de países que estão debaixo das regras mais apetadas da Comissão Europeia (o braço correctivo do Pacto de Estabilidade e Crescimento que se aplica a países com défice acima de 3% do PIB). 

"A estimativa para o défice das administrações públicas fica na vizinhança do objecvo que tinha sido definido para 2016 e, a confirmar-se, poderá permitir o encerramento do Procedimento dos Défices Excessivo."

O objectivo definido para 2016 no âmbito do Orçamento do Estado para 2017 fixava um défice de 2,4% (2,6% quando excluídas as medidas extraordinárias). 

O reporte de informação sobre o défice do ano passado para Bruxelas será feito a 24 de Março pelo Instituto Nacional de Estatística. Também a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento 2017-2021 em Abril contará para a Comissão na hora de avaliar se Portugal reúne as condições necessárias para sair do Procedimento por Défices Excessivos. Este documento permitirá perceber se a estratégia de redução do défice é duradoura.

(Notícia actualizada às 13:05)
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