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Mário Centeno diz que debate sobre OE requer mais "responsabilidade"

O Governador do Banco de Portugal criticou a forma como tem sido conduzido o debate sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano. O coordenador da UTAO diz que redigir o documento é como "construir um castelo de cartas que pode ser facilmente desequilibrado".

05 de Novembro de 2020 às 14:15
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Mário Centeno teceu hoje críticas aos partidos políticos pela forma como têm conduzido o debate sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano. "A dimensão financeira do Orçamento do Estado merece atenção de todos os intervenientes, um sentido de responsabilidade que por vezes não se vislumbra na forma como este debate é conduzido", refletiu o Governador do Banco de Portugal, ao encerrar a conferência de imprensa da Ordem dos Economistas, que decorreu esta manhã na Fundação Calouste Gulbenkian.

Quem também reprova a excessiva dimensão política da discussão é o coordenador da UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental), Rui Nuno Baleiras. "Há um certo desprezo da classe política pelos técnicos do ministério das Finanças", começou por refletir. "Montar uma proposta do Orçamento do Estado é como montar um puzzle gigante, é um castelo de cartas, se tiro uma carta, aquilo pode cair."

Rui Nuno Baleiras pede assim mais compreensão por parte da oposição, referindo que não é possível alterar ou incluir novas políticas financeiras, sem que seja feito um ajuste completo do documento. "É difícil fazer uma proposta coerente, sem as gralhas que isto infelizmente teve. Não é possível combinar novas políticas à vigésima quinta hora."

O técnico aconselhou ainda os profissionais do ministério das Finanças a trabalharem com prazos diferentes para a elaboração do Orçamento do Estado. "Quero louvar os meus colegas das finanças e pedir carinhosamente aos agentes políticos do Governo e da oposição que separem os tempos. O ministro das Finanças devia dizer que só pode negociar com o Governo e a oposição até X dias antes da entrega do Orçamento do Estado."
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