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Marcelo garante que "não vai haver nem solavancos nem crises a propósito do Orçamento"
Presidente da República deixa recados ao Governo e à oposição. Marcelo quer um Executivo "reformista" e uma oposição em condições de substituir o Executivo em 2019 caso seja esta a vontade do eleitorado.
O Presidente da República defendeu esta segunda-feira que não espera que o Orçamento do Estado para 2018 motive uma crise na vida política portuguesa e pediu reformas ao Governo e uma oposição forte que possa substituir o Executivo, caso seja essa a vontade dos eleitores nas legislativas de 2019.
"Não vai haver nem solavancos nem crises, a propósito do Orçamento do Estado, na política portuguesa", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas à margem da comemoração do centenário do Museu João de Deus.
O chefe de Estado explicou que termina esta segunda-feira as reuniões com partidos e parceiros sociais sobre o Orçamento – recebe hoje a UGT ao final da tarde - e que esta é a conclusão que retira dos encontros com os partidos.
"Embora o OE só me chegue às mãos em Dezembro, não fiquei preocupado com a hipótese de não haver OE", afirmou, acrescentando que tudo vai acontecer nos calendários previstos.
Questionado pelos jornalistas sobre a estabilidade política, depois das eleições autárquicas de 1 de Outubro, o Presidente da República deixou recados tanto para o Governo como para a oposição.
"O objectivo é a legislatura cumprir-se até ao fim", disse Marcelo, acrescentado que "é importante para nós, até económica e financeiramente, cá dentro e lá fora, e agora mais do que nunca, que a legislatura se cumpra e que o Governo seja forte – tenha um espírito reformista - e que a oposição seja forte e se constitua como uma alternativa ao Governo".
O Presidente da República reforçou as balizas que devem orientar o panorama político português. "Para Portugal continua a ser importante que a legislatura que dure até 2019, que o Governo faça o que tem de fazer, para que o percurso económico se traduza em crescimento, o percurso financeiro em equilíbrio orçamental e o percurso social em justiça".
"E que haja de um lado um poder político forte. E que haja uma oposição igualmente forte em condições de poder substituir se for essa a vontade dos portugueses em 2019."
A declaração de Marcelo sobre a oposição acontece numa altura em que o PSD - o maior partido da oposição - procura um novo líder após a saída de Passos Coelho, na sequência das autárquicas.