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Investimento público aumentou 20,6% em 2019, revela Centeno
O ministro das Finanças, Mário Centeno, está esta segunda-feira a ser ouvido no Parlamento, no âmbito do debate de especialidade do Orçamento do Estado para 2020.
Este foi um dos 101 números que o ministro escolheu para marcar a sua intervenção inicial, perante os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças. No discurso, Centeno frisou que a projeção de subida do investimento para este ano é de 21,7% e, de seguida, para credibilizar a previsão, adiantou o valor da execução de 2019.
"Para quem tem dúvidas sobre esta previsão de crescimento do investimento, já hoje à tarde ficaremos a saber que em 2019 o investimento público aumentou 20,6% na Administração Central," revelou o governante.
Em causa está a execução em contabilidade pública, ou seja, em ótica de caixa, que vai ser publicada pela DGO esta tarde. Esta ótica de prestação de contas não corresponde à que é seguida para o apuramento das metas políticas, seja pelo Parlamento nacional, seja pela Comissão Europeia, que é a contabilidade nacional, a ótica de compromissos. Também não corresponde ainda ao apuramento de dados para o conjunto das administrações públicas.
"Sabe perfeitamente que esses níveis de investimento só existem no papel," respondeu de seguida o deputado social-democrata, Duarte Pacheco. "O seu cadastro nesta matéria é algo de que não se devia orgulhar porque deixou sempre mais de 700 milhões de euros por executar ao longo da sua governação," criticou, reafirmando o que o PSD tem vindo a argumentar: "Estamos perante um orçamento que é uma fraude política porque vai arrecadar mais receita e não vai executar a despesa que inscreveu."
Duarte Pacheco acusou Mário Centeno de dizer "inverdades" e voltou a frisar que a carga fiscal vai subir, que os impostos são pagos por "trabalhadores de carne e osso" e não por "extraterrestes" e acusou o Executivo de esconder a intenção de não executar despesa na ordem dos 590 milhões de euros.
Na sua intervenção inicial, o ministro das Finanças tinha defendido que "os impostos baixaram nos últimos quatro anos", numa "redução superior a dois mil milhões de euros". E lembrou duas das medidas previstas no OE 2020, no âmbito dos impostos: a redução do IRS para os jovens que entram no mercado de trabalho, e a majoração das deduções por filhos até três anos, a partir do segundo.
(Notícia atualizada às 10:01)