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Finanças garantem que gastos do SNS atingiram subida "histórica" de 5,8% em outubro

O Ministério das Finanças antecipou-se à Direção-Geral do Orçamento e revelou a execução dos gastos do SNS. Amanhã arranca uma semana decisiva para a aprovação do OE 2021, com o tema da saúde no centro do debate.

João Leão diz que o cenário macro de base para o OE 2021 prevê que a pandemia tenha dimensão significativa no primeiro semestre de 2021.
Miguel Baltazar
22 de Novembro de 2020 às 08:00
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O Serviço Nacional de Saúde gastou até outubro deste ano mais 502,8 milhões de euros do que no mesmo período do ano passado, revelou o Ministério das Finanças, este domingo, antecipando dados do boletim de execução orçamental, cuja publicação está agendada para quarta-feira. Segundo o Executivo, o aumento de 5,8%, verificado em ano de pandemia, corresponde a um "máximo histórico".

Olhando apenas para o mês de outubro, a subida foi de 9%, quando comparada com o mesmo mês de 2019.

Segundo o Ministério das Finanças, o "forte crescimento da despesa é explicado pela aceleração das despesas com pessoal" e do investimento. Os gastos com pessoal subiram 6,1%, o equivalente a mais 212,3 milhões de euros, uma execução que o Governo garante ser "resultado do crescimento muito elevado do número de profissionais de saúde", face ao período homólogo.

Já o investimento "mais do que duplicou" (aumentou 108,3%), subindo 112,7 milhões de euros, para 216,8 milhões, sublinha ainda o Ministério.

As despesas com aquisições de bens e serviços cresceram 2,8%, o equivalente a um aumento de 135,7 milhões de euros face aos mesmos dez meses de 2019.

Os recursos do SNS, tanto no que diz respeito a meios humanos, como técnicos e financeiros, têm estado no centro do debate sobre o Orçamento do Estado para 2021. Todos os partidos da oposição, da esquerda à direita políticas, têm acusado o Governo de não disponibilizar os meios necessários para fazer face à pandemia de covid-19. Agora, no arranque de uma semana decisiva para a aprovação do OE 2021, o Executivo faz questão de destacar estes números.

Uma das questões mais quentes prende-se com o reforço do número de médicos e outros profissionais de saúde. O Governo tem sublinhado que, de ano para ano, o número de médicos tem aumentado e comprometeu-se a contratar mais 4.200 profissionais em 2021, em termos líquidos.

Porém, a esquerda parlamentar argumenta que este número é insuficiente, lembra que em termos intra-anuais o número de profissionais baixou (o que significa que o SNS está agora com menos médicos do que no início da pandemia) e garante que o reforço é tardio face às necessidades muito aumentadas pela covid-19.
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