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Bloco e PCP reclamam vitórias no Orçamento do Estado
Na abertura do debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2017, Bloco de Esquerda e PCP reclamaram para si a responsabilidade de várias das medidas que surgem no diploma. Já o PSD diz que o Governo está a usar a receita da direita para crescer.
Na abertura do debate do Orçamento do Estado, os parceiros parlamentares do PS aproveitaram para reclamar o seu contributo para a elaboração do documento. João Oliveira, líder da bancada do PCP, disse que a acção dos comunistas foi "decisiva" para discutir o aumento das pensões, e Mariana Mortágua reclamou o reconhecimento dos precários no Estado. Ainda que o processo negocial pudesse "ter ido mais longe", este Orçamento "tem assumidamente e com o orgulho a marca do Bloco de Esquerda".
Este Orçamento "só existe porque não é de bloco central, só é possível e existe porque não é do PS", descreveu Mariana Mortágua. E enumerou "os constrangimentos europeus" e "a dívida" como não sendo prioritários para o partido. Mas os precários foram reconhecidos. "Podemos agora dizer às centenas de milhares de precários que trabalham para o Estado, que sustentam os serviços públicos no nosso país, que o Estado português já não mais aceita a sua invisibilidade, ela acabou, há uma maioria que reconhece a existência destes precários e podemos dizer que podem exigir a sua regulação como trabalhadores".
João Oliveira reclamou a paternidade da proposta das pensões e acusou a direita de "absoluto descaramento" por exigirem um aumento de 10 euros nas pensões. "Congelaram e cortaram pensões" e esperam agora "credibilidade", criticou, estendendo as críticas igualmente à postura no metro de Lisboa. "Quatro anos a comprometer a operacionalidade do metro. E agora vem pedir investimento", ironizou.
"Fazem a festa com o nosso modelo"
Pelo PSD, o deputado Duarte Pacheco criticou o facto de o Governo estar a conseguir bons resultados no crescimento da economia à boleia da receita do PSD. "Fazem hoje a festa com o modelo que nós defendemos, apoiado na procura externa e não no consumo interno", assinalou.
Do lado do CDS, João Almeida lembrou que as medidas de austeridade surgiram "para salvar o país da situação em que a esquerda o tinha colocado" e recorda que, mesmo nesses anos, o anterior Governo subiu sempre as pensões mínimas, sociais e rurais.