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BE espera que proposta de Orçamento corresponda ao conhecido optimismo de Costa
O BE espera que o optimismo pelo qual é conhecido o primeiro-ministro, António Costa, corresponda à proposta de Orçamento do Estado para 2018, lamentando o atraso nas negociações que impediu fechar os principais dossiês antes das eleições autárquicas.
Numa entrevista à agência Lusa na semana em que a reunião entre o Governo e o BE para as negociações do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) foi adiada pelo executivo para terça-feira, dia 29 de agosto, o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, explicou as principais propostas e reivindicações do partido para o documento.
"No que toca ao atraso no processo, era melhor se nós tivéssemos fechado dossiês antes de iniciarmos um momento político mais quente. O próprio primeiro-ministro dizia, há dias, que é difícil tratar de convergências em período de autárquicas", lamentou.
Contudo, acrescentou, António Costa "é conhecido por ser optimista", sendo este optimismo "tão grande que tem até considerado que consegue trazer o PSD para o lado de quem quer investir nas obras públicas".
"Esse optimismo do primeiro-ministro deve agora ter coincidência com a proposta orçamental" para garantir a "manutenção de uma confiança que tem ajudado tanto a economia", apelou o líder da bancada do BE, partido que apoia parlamentarmente o executivo socialista de António Costa.
Mas, apesar dos atrasos nas negociações e de ter "sido avisado" fazer as negociações antes, o BE não vai ter "a tentação de misturar dinâmicas políticas diversas".
O BE fez "com tranquilidade a proposta ao Governo para, no primeiro semestre, fechar os grandes dossiês", recordou Pedro Filipe Soares.
"Não foi possível, não vamos ficar a chorar sobre leite derramado, adaptamo-nos às situações. Nós sabemos o que queremos, já dissemos ao Governo com toda a transparência quais são as nossas intenções e teremos o período até 15 de Outubro e depois na especialidade para nos batermos pelas nossas propostas", enfatizou.
Para o líder parlamentar do BE "não faz sentido, no momento em que se está ainda negociar, colocar fim às negociações", efeito que "qualquer resposta sobre linhas vermelhas teria".
"As negociações ainda estão abertas e é com esse espírito que nós estamos à mesa negocial", garantiu.
O BE, salientou, tem dado "ao Governo os dados e as provas de que vale a pena confiar" no caminho de recuperação de direitos e rendimentos.