O novo governo trabalhista do Reino Unido está a preparar o próximo orçamento e em cima da mesa está um plano severo de redução da despesa pública, coordenado por aquela que é a primeira mulher ministra das Finanças em Inglaterra, Rachel Reeves.

Segundo o Guardian, os ministros de Keir Starmer receberam ordens para procurar reformas que reduzam os custos e para se prepararem para tomar decisões difíceis em matéria de despesa pública.

Segundo o jornal britânico, Darren Jones, do gabinete da ministra Rachel Reeves, escreveu aos membros dos gabinetes ordenando-lhes que encontrem reformas e implementem tecnologias que possam poupar dinheiro.

A missiva alerta também que só será dada prioridade ao financiamento das "primeiras medidas" anunciadas por Keir Starmer durante a campanha eleitoral - redução das listas de espera do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês), lançamento de um novas regras de segurança no que toca às fronteiras e recrutamento de professores.

Todos os pedidos de despesa serão analisados pelos novo "conselho de missão" já criado pelo governo inglês. Embora as fontes contactadas pelo Guardian não adiantem se os diferentes ministérios estão a ser solicitados a fazer cortes diretamente, é certo que o pedido de sugestões de reformas e de inovação dá a entender que algumas áreas terão de prestar os mesmos serviços com menos orçamento disponível.

"O governo trabalhista terá de tomar decisões difíceis sobre onde gastar o dinheiro devido ao estado das finanças públicas deixado pelos conservadores", adiantou ao Guardian uma fonte do governo, frisando que o objetivo do Executivo de Starmer e da ministra das Finanças, Raches Reeves, é "tomar as decisões difíceis agora, para corrigir as fundações e cumprir o mandato de mudança" para que foram eleitos.

A ministra das Finanças já tinha deixado claro que claro que está a planear aumentar os impostos e tomar decisões difíceis em matéria de Segurança Social e despesa, naquele que será um outono crucial para o novo governo trabalhista. Reeves apresentará o seu primeiro orçamento e uma revisão da despesa que definirá os orçamentos dos diferentes ministérios para este ano e para o próximo.

Reeves já tinha surpreendido no mês passado ao acabar com um apoio aos pensionistas para o combustível de inverno, como parte dos planos para colmatar o que descreve ser um buraco negro de 22 mil milhões de libras na despesa.

Segundo o Guardian, a nova ministra das Finanças terá de cortar, além dos 22 mil milhões de libras, mais 16 mil milhões para equilibrar as contas do Reino Unido deste ano.