Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Objectivo estrutural à vista: Governo esperar cumprir meta em 2021

Pela primeira vez, há terra à vista: o Governo espera atingir o objectivo de consolidação estrutural de médio prazo em 2021, ano em que antecipa um excedente estrutural de 0,3% do PIB.

Bruno Simão/Negócios
13 de Abril de 2017 às 14:55
  • 2
  • ...

Os números foram avançados por Mário Centeno esta quinta-feira, 13 de Abril, durante a conferência de imprensa após o Conselho de Ministros que aprovou o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas. O ministro das Finanças garantiu que os documentos respeitam todas as regras de Bruxelas e anunciou que em 2021 será atingido o objectivo estrutural de médio prazo (MTO) com que Portugal está comprometido.

 

"Este programa de estabilidade cumpre todos os critérios a que estamos obrigados. A redução estimada para o saldo ajustado do ciclo é de 0,3% [em 2017] e de 0,6% em 2018", explicou Centeno. "Permanecerá num [ritmo de] redução na casa dos 0,6% até que o país atinja o objectivo MTO, que esperamos que aconteça em 2021."

 

Apesar das garantias do governante, não é líquido que as regras comunitárias sejam totalmente respeitadas pelo Programa de Estabilidade no capítulo estrutural. Bruxelas recomendava que Portugal fizesse um ajustamento de 0,6% este ano, para compensar a margem dada a esse indicador em 2016. Os 0,3% agora anunciados ficam aquém desse valor (embora dentro da margem de tolerância das regras comunitárias).

 

O ponto de partida para 2017 também pode ser importante. O Governo estima que o saldo estrutural diminuiu 0,3% em 2016, mas o Conselho das Finanças Públicas argumenta que a variação foi de apenas 0,1%. A Comissão Europeia ainda não actualizou os seus valores, mas a última previsão apontava para uma estagnação desse indicador.

 

Nos anos que se seguem a 2017, o Governo espera reforçar a consolidação estrutural até 2021, ano em que tira o pé do acelerador porque atinge o MTO, que tem como meta 0,25% do PIB.

Embora o défice global de 2016 tenha ficado abaixo dos 3% do PIB e cumprido as recomendações da Comissão Europeia na vertente estrutural, o Governo continua obrigado a fazer um ajustamento estrutural mínimo de 0,5% ao ano até atingir os já referidos 0,25%. Daqui para a frente, poderá ser essa a regra que enfrentará maior escrutínio das instituições comunitárias. A possível saída de Portugal do Procedimento dos Défices Excessivos pode dar mais margem ao Governo nas negociações com Bruxelas. 

Ver comentários
Saber mais défice comissão europeia bruxelas governo comissão europeia mário centeno défice estrutural
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio