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Moedas afasta resgate a Portugal

"Não há nenhuma probabilidade de qualquer resgate para Portugal", disse o comissário europeu da Inovação ao Observador, pedindo recompensa e não penalização ao "esforço" feito por Portugal.

Negócios 06 de Outubro de 2016 às 19:07
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O comissário europeu da Inovação, o português Carlos Moedas, afastou esta quinta-feira, 6 de Outubro, a possibilidade de um novo programa de assistência económica e financeira a Portugal. E disse que o país tem estado a cumprir as metas orçamentais.

"Não há nenhuma probabilidade de qualquer resgate para Portugal. (...) Neste momento, [esse cenário] não existe no horizonte de nenhum país na Europa, e não existe de todo em Portugal," disse Moedas em declarações ao Observador. As declarações do antigo secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro e interlocutor da "troika" no país surgem três dias depois de o seu colega na Comissão, Günther Oettinger, ter dito em deslocação a Portugal que "temos todos de evitar um debate sobre um segundo resgate".


De acordo com aquele meio, Moedas falava em Madrid, à margem da conferência de tecnologia South Summit. "O Governo português tem estado a cumprir [com os compromissos orçamentais], sempre numa colaboração muito estreita com a comissão, em termos de números e de execução," afirmou.

Em entrevista ao Negócios, publicada a 26 de Setembro, Moedas tinha já revelado que "com os dados que temos, não vejo nenhum risco" que Portugal precise de um novo programa de ajustamento.

Sobre a possibilidade de suspensão de fundos comunitários a Portugal, o comissário considerou hoje que o país e os portugueses "fizeram um sacrifício enorme e deve ser recompensado, não penalizado."

Esta quinta-feira foi tornado público o convite ao ministro das Finanças de Portugal, Mário Centeno, tal como ao de Espanha, para apresentarem os seus pontos de vista no Parlamento Europeu no âmbito do processo que pode culminar na supensão de fundos estruturais aos dois países devido à violação de metas orçamentais. 

A possibilidade de um novo resgate voltou à ordem do dia depois de uma entrevista do próprio ministro português das Finanças ao canal de televisão CNBC. Quando perguntado pela jornalista sobre se iria fazer "tudo o que for necessário para evitar que Portugal tenha um segundo resgate", Centeno respondeu que essa era a sua tarefa primordial. "Essa é a minha principal tarefa. O compromisso que temos na frente orçamental e na redução da despesa pública é precisamente nessa direcção", respondeu Centeno há cerca de um mês.

 

A Comissão Europeia tem dado sinais de que a execução orçamental neste ano e a ambição no Orçamento do Estado para 2017 podem ser fundamentais para reduzir ou anular também a suspensão das verbas estruturais. O convite do Parlamento Europeu a Mário Centeno surge a escassos dias da data-limite de apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2017, o que deverá acontecer na próxima sexta-feira, 14 de Outubro.

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