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Marcelo desautoriza indignação de Belém com o BCE

O Presidente da República tenta distanciar-se da indignação de Belém com a posição do BCE. Marcelo desvaloriza "relatório técnico" da autoridade liderada por Mario Draghi.

Miguel Baltazar
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O Presidente da República desautoriza a "indignação" de Belém com o ultimato feito pelo Banco Central Europeu (BCE) a Portugal por causa dos desequilíbrios macroeconómicos. Em declarações ao Expresso, Marcelo Rebelo de Sousa avisa que é "o único porta-voz de Belém" e contraria a reacção de Belém avançada cerca de duas horas antes pelo Expresso e que era titulada com o nome do Presidente. Confuso? Vamos por partes. 

Por volta das 15:30, o Expresso avançou com a notícia da indignação. O título do alerta enviado para os telemóveis era "Marcelo 'indignado' com BCE e Vítor Constâncio", atribuindo assim ao Presidente da República a contestação ao aviso feito pelo BCE.


"É inacreditável e inaceitável" que o vice-presidente do BCE, Vítor Constâncio, concorde com a aplicação de sanções a Portugal numa altura em que o país conseguiu pela primeira vez um défice abaixo dos 3%, escrevia o Expresso. Este é o sentimento em Belém, onde se questiona "o que é que Vítor Constâncio está lá a fazer", acrescentava o jornal, contando que a notícia caiu como uma bomba causando espanto e indignação em Belém. Uma notícia que foi citada por vários órgãos de comunicação, entre eles o Negócios

Cerca de duas horas mais tarde, novo alerta do Expresso com declarações do Presidente da República, onde Marcelo sublinha ser o "único porta-voz de Belém" e contraria a indignação face à ameaça transmitida pelo BCE. Mais: o Presidente desvaloriza a avaliação feita pelo BCE, preferindo "não dar grande importância" a um "relatório técnico".

Com estas declarações o Presidente tenta distanciar-se de posições assumidas na Presidência e que envolveram o seu nome. Na segunda notícia, o Expresso escreve que fonte da Casa Civil da Presidência tinha feito chegar ao Expresso o sentimento de "indignação" quanto à notícia avançada na segunda-feira pelo Jornal Negócios. Na primeira notícia a origem da fonte não era referida (o título falava em Marcelo e o texto em Belém).  

O BCE quer um ultimato a Portugal: mais reformas ou mais receitas, avançou o Negócios. A autoridade monetária, um dos parceiros da troika, pede mão mais pesada da Comissão Europeia para os países com desequilíbrios excessivos que não implementam as reformas necessárias. É o caso de Portugal que no ano passado prometeu muito, mas acabou por fazer pouco. 


Esta posição do BCE foi avançada a 20 de Março numa análise à avaliação realizada em Fevereiro pela Comissão Europeia aos desequilíbrios na UE.

Nessa altura, Bruxelas fez uma avaliação negativa sobre os progressos feitos pelo Governo português em matéria de reformas. Um ano antes, a Comissão Europeia tinha feito um conjunto de recomendações a Portugal. No início de 2017, Bruxelas foi ver se Portugal estava a cumprir. As autoridades europeias deixaram um cartão vermelho e alguns amarelos. Para já não há cartões verdes.

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