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Hollande sobre sanções: "A França não é um país à parte"
O Presidente francês recusou um estatuto de excepção para a França em matéria de sanções por não correcção do défice excessivo e reforçou que "a França é um país da União Europeia que tem valores e princípios".
O Presidente francês, François Hollande, garante que a França não beneficia de um tratamento privilegiado em relação às regras do pacto orçamental, sublinhando que o país não está à margem das regras da União Europeia, apesar de a Comissão Europeia ter admitido o contrário.
"A França não é um país à parte", limitou-se Hollande a dizer esta terça-feira, 19 de Julho, em Lisboa, em resposta aos jornalistas que o questionavam sobre as afirmações do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que em Maio disse que a França teria mais dois anos para ajustar o défice sem quaisquer sanções, "porque é a França".
A Comissão Europeia abriu um processo de aplicação de sanções a Portugal e a Espanha pela não correcção do défice excessivo entre 2013 e 2015. Portugal já respondeu entretanto, argumentando que os portugueses não perceberão a aplicação de sanções a Portugal, pedindo união em vez de divisão na Europa e questionando a desproporcionalidade das sanções e a validade do seu efeito.
À semelhança de Federica Mogherini, a chefe da diplomacia da União, o presidente francês deixou claro que se a Turquia der um passo em direcção à introdução da pena capital – como sugerido pelo presidente Erdogan este fim-de-semana -, a entrada no clube da UE fica automaticamente afastada.
"Um país que tem negociações para a adesão à União Europeia não pode ter pena de morte no seu direito", afirmou, pedindo ainda que sejam respeitados os direitos de todos os detidos no país, acusados de terem participado no golpe de Estado falhado de sexta-feira passada.
Já Marcelo Rebelo de Sousa pediu "serenidade, estabilidade, paz e unidade no Estado turco, mas também respeito pelos princípios fundamentais do estado de direito democrático", aludindo como já tinha feito Hollande que na visão constitucional portuguesa "desde sempre esteve a preocupação com o não acolhimento da pena de morte".