Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Governo quer equilíbrio estrutural das contas públicas já em 2016

A ministra das Finanças anunciou a antecipação em um ano do objectivo de orçamento equilibrado em termos estruturais, e congratulou-se por apresentar um cenário macro-orçamental "claramente mais favorável" que o apresentado há um ano.

16 de Abril de 2015 às 20:04
  • ...

Este ano, o Governo baixará o saldo orçamental global para menos de 3% do PIB, tirando o país da situação de défices excessivos em que se encontra. Em 2016, garantirá uma situação de orçamento equilibrado em termos estruturais, isto é, reduzirá o défice orçamental ajustado dos efeitos do ciclo e de medidas extraordinárias para 0,5% do PIB – chamado por isso de défice estrutural.

 

Este último valor é o acordado com Bruxelas para o chamado Objectivo de Médio Prazo, o qual garante que em momentos de crescimento económico (mais favoráveis em receitas fiscais e mais leves nas despesas sociais) o saldo global entra mesmo em terreno positivo. É por isto que o OMP é entendido como garantindo uma situação orçamental equilibrada em termos estruturais. Se a promessa for cumprida pelo Governo que ganhar as eleições de Outubro, então Portugal atingirá a meta europeia um ano antes do previsto.     

 

"Atingimos o objectivo de médio prazo estabelecido nas regras europeias de défice estrutural de 0,5 pontos já em 2016" afirmou a ministra das Finanças em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros de quinta-feira, dia 16 de Abril, anunciando a antecipação em um ano da sua meta até agora prevista para 2017.

 

Isto significa que o Governo reviu em baixa os valores de défice estrutural previsto para este ano para 0,9% do PIB, menos três décimas do que o antecipado até agora. Assim, no próximo ano, explicou a ministra, "estamos obrigados a fazer um ajustamento estrutural de apenas 0,4 pontos" de PIB.

 

Maria Luís Albuquerque acrescentou ainda que "uma vez atingido o objectivo de médio prazo, já não há obrigatoriedade de um ajustamento mínimo [de 0,5 pontos orçamentais por ano em termos estruturais] ". A responsável não explicou no entanto qual o esforço que será necessário para cumprir outra regra europeia, a que define uma redução da dívida pública para cerca de 60% em 20 anos, e que, segundo várias estimativas obrigará a atingir um saldo orçamental global positivo – de forma a que o saldo orçamental primário (o que exclui juros) atinja valores entre os 3% e 4% do PIB.

 

Excedente orçamental em 2019

 

A meta de saldo orçamental positivo em termos globais foi estabelecida para 2019, em linha com a promessa de há um ano. Para este ano, o Executivo reafirma um défice de 2,7% do PIB, a que se seguirão reduções em cada ano para -1,8% em 2016, -1,1% em 2017, e -0,6% em 2018.

 

Ambiciosa, especialmente quando comparada com as previsões de outras instituições internacionais, é a trajectória de redução de dívida que, em 2015, começará finalmente a baixar, passando de 130,2% do PIB para 124,5%, e continuando a reduzir-se até 107,6% do PIB em 2019.

 

Estes resultados são alavancados na expectativa de aceleração do ritmo de crescimento dos 0,9% de 2014, para 1,6% este ano, com a barreira dos 2% a ser ultrapassada em 2016. Mesmo sem mais reformas, o governo acredita que a economia nacional deverá crescer na casa dos 2,4% por ano nos anos seguintes até ao final da década, um valor optimista quando comparada por exemplo com os crescimentos na casa dos 1,5% antecipados pelo FMI. 

 

"Este resultado só é possível graças ao esforço e resultados alcançados nos últimos anos, à disciplina que o Governo manteve ao longo deste tempo, e também devido às reformas estruturais que introduzimos e cujos reflexos se fazem hoje sentir", afirmou a ministra das Finanças, congratulando-se por apresentar "um cenário claramente mais favorável que aquele que há ano tive ocasião de discutir convosco", disse na conferência de imprensa.

Ver comentários
Saber mais Conselho de Ministros Maria Luís Albuquerque
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio