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Governo arranca o ano com almofada financeira em máximos

Antecipando o reembolso ao FMI e ajustando aos riscos políticos na Europa, o Tesouro português acumulava no final de Janeiro 24 mil milhões de euros em depósitos, um valor que compara com o registado no final do programa de ajustamento.

Miguel Baltazar
19 de Março de 2015 às 13:03
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No final de Janeiro o Governo acumulava 24 mil milhões de euros em depósitos, um aumento de 6,5 mil milhões de euros face aos 17,5 mil milhões de euros registados no final do ano e um nível elevado em comparação com os últimos anos e que se aproxima da almofada financeira nos últimos meses do programa de ajustamento – mesmo aí nunca chegou aos 25 mil milhões de euros.

 

O dinheiro serve de almofada financeira ao Tesouro nacional, e é criado em preparação do reembolso antecipado de parte do empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) que ocorre esta semana, mas também como segurança face a riscos que possam surgir decorrentes de turbulências nos mercados em reacção às negociações em curso entre o governo grego e os restantes executivos da Zona Euro, como aliás evidenciou esta  semana a ministra das Finanças.

 

"[A dívida pública] está, de facto, ainda muito elevada (...). Mas hoje, quando olhamos para a dívida pública, está lá tudo e está também o conforto de saber que, para além disso, temos cofres cheios para poder dizer tranquilamente que se alguma coisa acontecer à nossa volta que perturbe o funcionamento do mercado, nós podemos estar tranquilamente durante um período prolongado sem precisar de ir ao mercado, satisfazendo todos os nossos compromissos", garantiu Maria Luís Albuquerque, quarta-feira, dia 18 de Março, na sessão de encerramento das jornadas da JSD, citada pela Lusa.

 

Os números divulgados pelo Banco de Portugal quinta-feira, dia 19, e incluem informação apenas até ao final de Janeiro, dão conta de um nível de dívida pública na óptica que conta para Bruxelas de 231.083 milhões de euros no primeiro mês do ano, um aumento de 6,6 mil milhões de euros face a Dezembro, um reforço que serviu para reforçar a almofada financeira. O BdP reafirma um stock de dívida, a óptica relevante para bruxelas, de 128,7% do PIB no final do ano.

 

Descontando o dinheiro dos depósitos, a dívida pública variou apenas 172 milhões de euros entre Dezembro e Janeiro para os 207.143 milhões de euros. Parte dos 24 mil milhões de euros servirão para financiar o reembolso de 6,6 mil milhões de euros do empréstimo do FMI. 

 

As bases de dados do banco central dão ainda conta de um endividamento total do sector não financeiro nacional de 690.691 milhões de euros no final de Janeiro, o que representa um aumento de cerca de 7 mil milhões de euros face a Dezembro - e é justificado essencialmente pelo aumento no endividamento público. Face ao final ano, as empresas reduziram o seu endividamento em 660 milhões de euros para 246,7 mil milhões (perto de 142 % do PIB) e as famílias cortaram 500 milhões para 148,5 mil milhões (perto de 85% do PIB).

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