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Finanças estranham algumas previsões de Outono de Bruxelas
O Ministério das Finanças diz estranhar parte das previsões económicas de Outono da Comissão Europeia, divulgadas esta quarta-feira, 9 de Novembro. E afirma que fica por esclarecer a metodologia usada por Bruxelas para o défice.
A Comissão Europeia sublinha, nas suas previsões económicas de Outono, que a economia portuguesa crescerá em 2016, 2017 e 2018, mas aponta números menos optimistas do que os do Governo.
Em reacção, o Ministério tutelado por Mário Centeno chama a atenção para estas estimativas de crescimento da economia e para o facto de Bruxelas confirmar ainda que Portugal deverá sair do Procedimento por Défices Excessivos em 2016.
Contudo, diz, em comunicado, não perceber como chegou Bruxelas a alguns números mais pessismistas. "O Ministério das Finanças acolhe no entanto com estranheza parte das referidas previsões".
E dá exemplos: "Fica por esclarecer a metodologia usada pela Comissão para que a previsão para o défice de 2016 se situe em 2,7% do PIB. Esta previsão é idêntica há seis meses, embora os dados sobre a execução orçamental, que são públicos e escrutináveis, apontem para que se atinja um défice na ordem dos 2,4% do PIB em 2016 – o mais baixo dos últimos 40 anos", salienta.
"A Comissão também dá conta do excelente comportamento do turismo em 2016. Contudo, afirma que as exportações têm crescido de forma tímida, o que não corresponde aos últimos dados disponíveis", refere, por outro lado, o documento das Finanças. "Num ambiente externo adverso, as empresas portuguesas têm comprovado a sua competitividade e conseguido aumentar a sua quota de mercado em destinos maduros: em Setembro de 2016, em termos homólogos, as exportações intra União Europeia aumentaram 7,9%".
Além disso, acrescenta, "os índices de confiança, medidos pelo INE, têm melhorado consistentemente ao longo do ano, bem como os mais recentes indicadores de actividade económica (por exemplo, o indicador coincidente do Banco de Portugal e o indicador avançado da OCDE)".
O Ministério de Centeno destaca ainda, com agrado, o facto de a Comissão Europeia reconhecer "a notável melhoria do mercado de trabalho em Portugal, com uma redução abrupta do desemprego". "Os mais recentes dados do INE confirmam isso mesmo, com a redução da taxa de desemprego para 10,5% no terceiro trimestre", acrescenta o comunicado das Finanças.