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Festas privadas nos Jerónimos investigadas pelo Ministério Público

Empresas com eventos no Mosteiro doaram mais a uma associação, da qual a directora dos Jerónimos é vice-presidente, do que pagaram ao Estado.

Mosteiro dos Jerónimos
Mariline Alves
06 de Junho de 2017 às 08:28
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Constituída como "associação sem fins lucrativos", a "Troca Descobertas" explorou durante anos alguns espaços do Mosteiro dos Jerónimos, cobrando pelos seus serviços, sem que a Direcção-Geral do Património Cultural (DGCP) recebesse qualquer verba.

A situação foi identificada numa auditoria da DGCP à gestão da directora Isabel Almeida e, segundo avança esta terça-feira, 6 de Junho, o Diário de Notícias, está a ser investigada pelo Ministério Público.

Em causa estão, por exemplo, serviços destinados a alunos do ensino pré-escolar e do básico, com ateliês que custavam 2,5 euros por aluno, visitas guiadas ou festas de aniversário ao fim-se-semana. Algumas das pessoas que integravam a Troca Descobertas usavam o e-mail oficial dos Jerónimos sendo que, de acordo com o mesmo jornal, não existia nenhum protocolo entre a DGCP e a dita associação sem fins lucrativos que justificasse o apoio.


Ainda de acordo com o  diário, algumas empresas acabaram por pagar mais à World Monuments Fund (WMF), uma organização internacional sem fins lucrativos, do que à DGCP. A directora dos Mosteiro dos Jerónimos, Isabel Almeida, é vice-presidente da WMF, que se dedica à recuperação de edifícios históricos.

Entidades como a Compagnie Financière Richemont, a Team Quatro e o Automóvel Clube de Portugal realizaram nos últimos anos eventos nos Jerónimos. A primeira fez um donativo de 150 mil euros à WFM e a as seguintes doaram 50 mil euros, valores acima dos preços tabelados.

Isabel Cruz Almeida, que não respondeu às questões do jornal, terminou a sua comissão de serviço em Janeiro deste ano.

Foi durante a sua comissão de serviço que o Tribunal de Contas detectou irregularidades na venda de bilhetes, detectando desvios de 152 mil euros que levaram ao despedimento de 11 funcionários. Oito conseguiram reintegração noutras funções através de uma providência cautelar, devido a falhas no inquérito interno.

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