No mês que marcou a chegada do impacto do novo coronavírus a Portugal, a dívida pública na ótica de Maastricht, a que interessa a Bruxelas, recuou 593 milhões de euros para um total de 254,8 mil milhões de euros, revela o Banco de Portugal esta segunda-feira, 4 de maio.
"Em março de 2020, a dívida pública situou-se em 254,8 mil milhões de euros, diminuindo 0,6 mil milhões de euros relativamente ao mês anterior", adianta o Banco de Portugal, na nota divulgada.
Para este descida, que foi a primeira desde dezembro do ano passado, contribuiu a queda dos títulos de dívida e das responsabilidades em depósitos.
Nos títulos de dívida, a queda registou-se no endividamento de curto prazo, já que na dívida de longo prazo foi observada uma subida de 1.159 milhões de euros.
Nesse mês, recorde-se, o IGCP emitiu 1.187 milhões de euros de dívida de longo prazo, com maturidade de cinco e dez anos, numa semana de forte turbulência no mercado que resultou num agravamento do custo de financiamento do Estado quando comparado com as operações semelhantes anteriores.
No que respeita aos ativos em depósitos das administrações públicas - a chamada "almofada financeira" - recuaram mil milhões de euros em março, face a fevereiro. Assim, a dívida pública líquida de depósitos registou a evolução contrária, tendo sofrido um aumento de 400 milhões de euros em relação ao mês anterior, para um total de 235,1 mil milhões de euros.
Portugal fechou o ano de 2019 com um rácio de endividamento de 117,7% do PIB, sendo que a meta do governo estabelecida para 2020 era 116,2% do PIB.