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Bloco não aceita cortes para salvar bancos

Em reacção à notícia da TSF, que dava conta que o Governo tinha preparado o Bloco e o PCP para um cenário mais difícil, Catarina Martins deixou um aviso a António Costa.

Miguel Baltazar/Negócios
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"Portugal está a viver já muitas restrições orçamentais. Se são mais restrições para salvar a banca, talvez seja má ideia. Temos feito assim até agora e sem grande resultado". A declaração é da coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que em jeito de aviso sinaliza que não aceita cortes se servirem para ajudar os bancos.

A resposta, registada pela SIC Notícias, e citada pela TSF, da coordenadora do Bloco serviu de reacção à notícia da TSF de que o Governo já estava a preparar o Bloco de Esquerda e o PCP para um cenário económico mais difícil.

Tal como Negócios noticiou segunda-feira, o Governo prepara um cenário macroeconómico mais pessimista, com revisões em baixa tanto no crescimento do PIB (que ficará abaixo de 2% na legislatura) como no emprego. De acordo com uma versão inicial do Programa de Estabilidade, o Governo estava a trabalhar com uma previsão de criação de emprego bem abaixo do previsto no programa eleitoral, 120 mil contra 207 mil empregos líquidos criados na legislatura.

Esta tem sido uma das principais preocupações do Bloco que, no último debate quinzenal, perguntou ao primeiro-ministro, António Costa, pelo Programa de Estabilidade e lembrou a promessa eleitoral. Se as reformas não servirem para criar emprego, então não servem para nada, avisou então Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco vem agora salientar que até aceita que existam restrições, mas não se elas servirem para salvar bancos, numa altura em que Costa lançou para o debate público a ideia de criar um banco mau que resolva o crédito malparado que pesa nos balanços dos bancos.

Esta semana, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, adiantou que o plano B não terá medidas que cortem rendimentos, aumentem impostos directos ou agravem o IVA sobre os bens de primeira necessidade.
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