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Tsipras quer cimeira urgente sobre resgate grego

Caso não haja fumo branco no Eurogrupo desta semana, o primeiro-ministro grego quer uma reunião ao mais alto nível ainda neste mês. A Grécia terá entrado, de novo, em recessão e há indícios de renovada corrida aos bancos.

Em Janeiro de 2015, a esquerda radical chega ao berço da Europa, quando o Syriza, liderado pelo jovem Alexis Tsipras vence as eleições legislativas. A Grécia fica à beira da expulsão efectiva do Euro, mas um recuo em toda a linha do governo grego mantém o país na moeda única.
Reuters
05 de Abril de 2017 às 13:57
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O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, quer uma cimeira europeia de emergência caso nesta sexta-feira, 7 de Abril, persista o impasse entre o seu ministro das Finanças e os homólogos da Zona Euro sobre o que é preciso a Grécia fazer para que possa receber um novo cheque europeu.


"Acho que a iniciativa terá que ser assumida ao mais alto nível para se tenha um resultado positivo antes da Páscoa, em qualquer caso em Abril, mesmo que para isso tenha de ser convocada uma cimeira do euro", afirmou, citado pelo jornal grego Kathimerini.


Alexis Tsipras falava em Atenas ao lado de Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, que mostrou fraco entusiasmo com a ideia. "Os nossos ministros das Finanças devem fazer o trabalho para conseguir um acordo. Este é o único resultado positivo para a Grécia e para todos nós ", disse, referindo-se à reunião do Eurogrupo que terá lugar nesta sexta-feira, em Malta.

 

Há já longos meses que se arrasta o mais recente impasse entre a Grécia e os seus financiadores, com Atenas a resistir legislar novas reformas, em particular no sistema de pensões, e a exigir que novas medidas de contenção em Atenas sejam antecedidas de garantias mais firmes dos europeus de que lhe perdoarão (ou aliviarão) parte dos empréstimos concedidos desde 2010.

No entendimento dos técnicos da troika, não obstante ter feitos progressos assinaláveis a Grécia continua a enfrentar problemas estruturais graves que comprometem a viabilidade financeira do Estado, em particular na capacidade de arrecadação de impostos e no sistema pensionista. Segundo o FMI, metade dos assalariados gregos está isento de impostos sobre o rendimento, o défice do sistema pensionista está em máximos (10,5% do PIB, quase quatro vezes mais do que a média na Zona Euro) e as dívidas fiscais ao Estado representam 70% do PIB.

Na ausência de "luz verde" dos credores, Atenas continuará sem receber novas transferências e os níveis de alerta passarão de laranja a vermelho em Julho, altura em que a Grécia tem de pagar cerca de sete mil milhões de euros de títulos de dívida que chegam à maturidade e que estão nas mãos do BCE. 

Entretanto, a Grécia pode ter entrado, de novo, em recessão e há indícios de renovada corrida aos bancos.

Desde 2010, o país pediu três resgates internacionais, no valor aproximado de 240 mil milhões de euros. O último foi no Verão de 2015 e está, por ora, a ser exclusivamente financiado pelos países do euro, porque o FMI exige mais reformas a Atenas e mais alívio da dívida grega aos europeus. O último impasse semelhante ao actual ocorreu logo após as eleições que levaram Tsipras ao poder, e que quase levou Atenas a sair do euro.

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