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Schäuble deverá continuar como ministro das Finanças da Alemanha

Em vários cenários de coligação possíveis, Angela Merkel deverá manter Wolfgang Schäuble como ministro das Finanças, não só pela “experiência” do actual ministro como na confiança que deposita nele. O único obstáculo de Schäuble poderá ser a sua própria saúde.

Inês Balreira inesbalreira@negocios.pt 20 de Setembro de 2013 às 12:41

As eleições alemãs são já este domingo. O número de sondagens aumenta e fazem-se já prognósticos de quem vai tutelar os vários Ministérios. Porém, há uma figura que parece ser consensual entre políticos e académicos: Wolfgang Schäuble.

 

Apesar dos seus 71 anos e de alguns problemas de saúde que foi revelando ao longo do segundo mandato de Angela Merkel, o actual ministro das Finanças deverá manter-se no cargo, mesmo que Merkel tenha de alinhar numa coligação com um outro partido - o SPD de Steinbrück.

 

“O cenário mais provável é que Schäuble continue como ministro das Finanças”, afirma Oskar Niedermayer, professor de Ciência Política na Universidade Livre de Berlim, à Bloomberg. “Se Schäuble quiser o cargo mais uma vez, Merkel não lho vai negar”, indica.

 

Schäuble é um dos rostos que tem tentado combater a crise que assola a Zona Euro desde o início do segundo mandato da chanceler alemã. O portfólio do ministro mais antigo de Merkel eclipsa todos os outros ministérios do Governo alemão, com excepção da própria Chancelaria, o que torna o Ministério das Finanças “o prémio” nas negociações entre a coligação que Angela Merkel irá formar, um “prémio” que Schäuble tem reclamado como seu entre as fileiras da CDU.

 

Também o seu próprio partido o quer manter no cargo. Ralph Brinkhaus, membro da CDU considera que Wolfgang Schäuble é “um excelente ministro das Finanças”. “Queremos muito mantê-lo no cargo”, frisou, citado pela Bloomberg.

 

As sondagens dão a vitória a Merkel no próximo domingo. Deixam em aberto, porém, quem será o partido que formará uma coligação com a CDU para que Merkel tenha uma maioria parlamentar no Bundestag.

 

As opções de Merkel restringem-se aos Liberais Democratas – a opção preferida da chanceler – ou ao Partido Social-Democrata (SPD). As últimas sondagens do instituto INSA indicam que a CDU e os aliados liberais dificilmente obterão uma maioria absoluta parlamentar e começa a ganhar força a possibilidade de uma coligação com o SPD, com 28% das intenções de voto, menos 10% que a CDU/CSU. Porém, o candidato pelo SPD, Peer Steinbrück afirmou já não estar disposto a alinhar numa coligação com a chanceler alemã.

 

Caso este cenário de coligação (CDU-SPD) se concretize, o partido de Ângela Merkel está numa melhor posição para negociar Ministérios. Tal vantagem torna, neste cenário, maior a probabilidade de Schäuble continuar na tutela das Finanças. O mais provável, segundo indicam os académicos consultados pela Bloomberg, é que o SPD reclame Ministérios como o dos Negócios Estrangeiros ou do Trabalho, o Ministério que tem o maior orçamento.

 

O único impedimento de Schäuble para continuar a tutelar a pasta das Finanças poderá ser mesmo apenas a sua própria saúde.

 

Em 2010, a saúde do actual ministro das Finanças alemão foi um problema para Merkel, uma vez que este foi forçado a faltar a vários eventos e reuniões depois de ter sido hospitalizado várias vezes.

 

Recorde-se que Wolfgang Schäuble se movimenta numa cadeira de rodas desde 1990, quando foi vítima de tentativa de assassínio, levando um tiro na coluna vertebral durante uma campanha.

 

Apesar de Merkel ter substituído Schäuble na liderança da CDU, uma vez que o actual ministro resignou ao cargo em 2000, na sequência do escândalo financeiro em que o partido esteve envolvido, a chanceler alemã recusou já, por duas vezes, o pedido de demissão de Schäuble, em 2010.

 

Merkel afirma ter dado o cargo a Schäuble pela sua “riqueza de experiências” e pela confiança que deposita no actual ministro.

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