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Samaras falha eleição de Presidente da Grécia
Sem surpresa, Antonis Samaras não conseguiu o número de votos necessário para eleger o novo Presidente da República. A favor do seu candidato, apenas reuniu 160 votos. A próxima votação terá lugar a 23 de Dezembro.
Sem surpresa, o primeiro-ministro grego Antonis Samaras não conseguiu esta segunda-feira angariar no Parlamento o número de votos necessário para eleger o novo Presidente da República. Em torno do seu candidato – o antigo comissário europeu Stavros Dimas – a coligação governamental liderada pelo Nova Democracia apenas reuniu 160 votos, ou seja, apenas mais cinco do que os dos 155 assentos que detém no parlamento.
O apoio a Dimas ficou, assim, muito aquém dos 200 votos que seriam necessários para que o sucessor de Karolos Papoulias fosse eleito nesta primeira volta; e ficou também muito longe do limiar mais baixo, de 180 votos favoráveis, que é exigido na terceira e última volta do processo eleitoral, prevista para 29 de Dezembro. Se, no final deste processo, o candidato proposto pela coligação governamental não for escolhido, a Constituição estabelece um prazo de dez dias para a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições gerais que poderão ter lugar a 25 de Janeiro ou a 1 de Fevereiro de 2015. Se este cenário se concretizar, a Grécia ficará sem governo precisamente na altura em que está previsto que a chegue a acordo sobre um eventual programa cautelar suportado pelos parceiros do euro e um entendimento com a troika sobre como tapar o buraco de quase dois mil milhões de euros identificado no Orçamento de 2015.
"Um voto positivo não é um voto a favor do Governo, mas no sentido de defender a Constituição e respeitar a instituição da Presidência da República", argumentara Samaras, antes da votação. A actual coligação governamental conta apenas com 155 deputados, e esperava contar com a adesão de alguns independentes à candidatura de Dimas, o que não sucedeu. Analistas consultados pela agência EFE antecipavam que o Governo de Samaras pudesse ter conquistado o apoio de 170 ao seu candidato deputados nesta primeira volta.
A oposição, em particular o Syriza - partido de extrema-esquerda, muito crítico das políticas de austeridade e que defende uma nova reestruturação da dívida pública grega - terá conquistado os independentes para o seu campo, abrindo portas à realização de eleições legislativas antecipadas. Uma sondagem divulgada nesta semana pelo site da TVXS confirma o Syriza na dianteira, com 28% das intenções de voto, à frente dos partidos da actual coligação de governo entre o Nova Democracia (21,9%) e o Pasok (3,6%).
A próxima votação terá lugar a 23 de Dezembro às 12h00 (hora local, 10h00 em Lisboa).
(notíca actualizada às 18h45)