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Presidente italiano pede demissão

O presidente italiano Giorgio Napolitano já apresentou o seu pedido de demissão, decisão que já era aguardada.

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Italian President Giorgio Napolitano Resigns
14 de Janeiro de 2015 às 09:58
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O Presidente italiano, de 89 anos, Giorgio Napolitano (na foto acompanhado pela sua mulher à saída do Palácio Presidencial Quirinale) apresentou esta quarta-feira, 14 de Janeiro, a demissão, ao fim de nove anos no cargo, foi anunciado numa declaração.

 

Esta demissão põe nas mãos do primeiro-ministro Matteo Renzi a delicada tarefa de encontrar um candidato que não coloque entraves à sua agenda de reformas e que consiga recolher os apoios necessários à sua reeleição nas duas câmaras do parlamento transalpino. Em 2013, foi precisamente a capacidade conciliadora e de gerar consensos que levou à reeleição de Napolitano, numa altura em que apesar da vitória de Pier Luigi Bersani nas legislativas, Itália continuava sem conseguir formar governo.

 

Eram 9h30 em Lisboa quando Giorgio Napolitano assinou três exemplares da sua carta de demissão, de acordo com a imprensa italiana. Um dos exemplares, escreve a estação de televisão Rai, foi entregue à presidente da Câmara dos Deputados, Laura Boldrini, que tem 15 dias para reunir as Câmaras e os eleitores para escolherem um novo presidente de Itália.

 

Pietro Grasso, presidente do Senado, tem em mãos outro exemplar da demissão e cabe-lhe o papel de Presidente enquanto Itália não escolhe o sucessor de Giorgio Napolitano. A terceira carta de demissão foi entregue no Palácio Chigi, onde decorrerá um Conselho de Ministros extraordinário, escreve a Rai, para ratificar o pedido de Napolitano.

 

Demissão já anunciada


A decisão de Napolitano não é uma surpresa para os italianos. Esta terça-feira, 13 de Janeiro, o primeiro-ministro transalpino, Matteo Renzi, tinha já anunciado que Napolitano iria apresentar a sua demissão "dentro de horas". Motivos pessoais estão na base desta decisão, apontava a Bloomberg. No entanto, já anteriormente o agora antigo chefe de Estado tinha dado conta da sua vontade.

 

A 18 de Dezembro, num discurso perante o corpo diplomático italiano em pleno palácio Quirinal, residência oficial do chefe de Estado italiano, Napolitano afirmou que "com o aproximar do fim do ano e a iminente conclusão do meu mandato presidencial, inevitavelmente haverá que efectuar algumas considerações sobre o período complexo e conturbado que estão a atravessar a Itália, a Europa e o mundo", segundo citava o La Repubblica.

 

Eleito em Abril de 2013 para o segundo mandato presidencial de sete anos com largo apoio parlamentar, Giorgio Napolitano beneficiou do incomum consenso em torno da sua figura política, tornando-se o primeiro presidente da República a ser reeleito. Em 2006, o homem, então senador, nascido na região de Nápoles, foi eleito para o primeiro mandato.

 

A instabilidade política e a dificuldade para formar governo após as legislativas que em 2013 deram a vitória ao PD, na altura liderado por Pier Luigi Bersani, levou Napolitano, perto de completar 88 anos, a aceitar a recondução no cargo poucos dias após a sua nomeação enquanto senador vitalício da câmara alta do parlamento italiano. A sua escolha, devida à sua capacidade para gerar consensos, seria posta à prova e rapidamente superada por Napolitano, que teria um papel determinante na formação do Executivo que seria liderado por Enrico Letta.

 

(Notícia actualizada com mais informação) 

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