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OCDE: "Zona Euro arrisca ficar presa em crescimento e inflação baixos"
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) está mais pessimista sobre os desenvolvimento na economia mundial, mas está a olhar com especial atenção para a Zona Euro.
A OCDE antecipa que os países da moeda única cresçam 1,4% em 2016. Uma desaceleração face aos 1,5% de 2015 e menos 0,4 pontos percentuais do que se antecipava em Novembro. Para 2017 não se espera uma aceleração significativa, com a OCDE a esperar uma variação de 1,7%.
"A recuperação lenta da Zona Euro é um factor importante que está a prejudicar a recuperação global e deixa a Europa vulnerável a choques globais. Isto ocorre no contexto de um estímulo monetário excepcional, taxas de câmbio e desenvolvimentos [dos preços] das matérias-primas favoráveis", pode ler-se nas previsões de crescimento intercalares da OCDE, publicadas esta quinta-feira, 18 de Fevereiro.
Estas novas projecções mostram uma forte travagem na actividade na Alemanha, que sofre uma revisão em baixa de 0,5 pontos percentuais face às previsões feitas em Novembro. Antecipa-se agora que a economia alemã cresça 1,3% este ano, a francesa 1,2% e a italiana 1%.
A OCDE sublinha que a principal preocupação é "o risco de a Zona Euro ficar presa num caminho de crescimento baixo, inflação baixa e com a confiança no crescimento de médio prazo demasiado fraco para gerar mais investimento e as inovações e realocações que poderiam fortalecer o crescimento da produtividade e do emprego".
Esta fragilidade que se observa no ritmo de crescimento económico europeu pode levar, segundo a OCDE, a um ciclo de contágio mútuo entre o sector bancário e a economia, como se tem observado nas últimas semanas, com os bancos a serem castigados em bolsa.
Esses são os problemas económicos, mas existem também desafios políticos exigentes, nomeadamente a questão dos refugiados, as ameaças externas à segurança e a impopularidade das medidas de austeridade. "A incerteza política arrisca prejudicar ainda mais o crescimento na Europa e no resto do mundo", refere a OCDE. "A Europa precisa de reconquistar a sua identidade e falar a uma só voz para promover a união e o crescimento."