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Marcelo diz que maior proteccionismo dos EUA pode "prejudicar Europa"
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu hoje que uma política "mais proteccionista" por parte dos Estados Unidos da América, com o "aumento de taxas sobre as importações de produtos europeus", pode "prejudicar a Europa".
"O crescimento sustentado do país tem sido a preocupação de todos em Portugal. Ele existiu no ano passado, tudo indica que exista este ano e nos anos seguintes. Agora, há realidades que não controlamos. Não controlamos o que se vai passar com a política americana de aumentar as taxas sobre as importações de produtos europeus e, portanto, ser mais proteccionista. Isso pode prejudicar a Europa", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República falava no Porto, na zona da Sé, antes de receber o seu homólogo alemão para uma visita a uma exposição do artista e prémio Nobel da Literatura alemão Günter Grass, num comentário sobre as declarações do vice-presidente da Comissão Europeia sobre a necessidade de Portugal tomar medidas para um desenvolvimento sustentado.
O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Sigmar Gabriel, pediu hoje uma resposta "firme" por parte da União Europeia contra a decisão do presidente norte-americano acerca da tributação sobre as importações do aço e alumínio.
"A União Europeia deve reagir de forma firme às taxas aduaneiras punitivas dos Estados Unidos que ameaçam milhares de postos de trabalho na Europa", lê-se num comunicado de Sigmar Gabriel.
No mesmo documento, é referido que a Alemanha encara o assunto com "grande inquietação".
O chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, anunciou na quinta-feira que vai impor taxas às importações de aço e alumínio, para apoiar os produtores norte-americanos e aumentar o número de postos de trabalho.
O anúncio foi feito na Casa Branca, durante um encontro com executivos de empresas produtoras e transformadoras.
Durante a reunião, Trump apresentou penalizações de 25% nas importações de aço e 10% nas importações de alumínio, taxas que, segundo diz, vão continuar "por um longo período de tempo".
"O que tem acontecido nas últimas décadas é vergonhoso. Vergonhoso", qualificou, prometendo ao sector "protecção pela primeira vez em muitos anos".