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França: Em contagem decrescente para o dia D, tudo na mesma

A poucos dias da primeira volta das eleições francesas, as últimas sondagens indicam que está tudo na mesma. Macron lidera mas Marine Le Pen não descola e segue muito próxima. Abstenção pode ser elevada, o que pode baralhar as contas.

Bloomberg
19 de Abril de 2017 às 11:11
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O dia D aproxima-se. E quanto mais próximo, mais sondagens são publicadas. A primeira volta das eleições presidenciais francesas está marcada para este domingo, 23 de Abril. E as sondagens continuam a mostrar a mesma orientação de voto: Emmanuel Macron lidera mas Marine Le Pen continua muito próxima. Mas há um dado que pode vir a fazer a diferença. A abstenção, que podem fazer pender os votos para um dos lados da balança.

Esta quarta-feira, 19 de Abril, foi divulgada a sondagem realizada pela Cevipof para o jornal Le Monde. Neste inquérito, realizado a 11.601 pessoas, e citado pela Reuters, tanto o candidato centrista Emmanuel Macron, como a candidata da Frente Nacional, Marine Le Pen perderam um pouco da força face ao inquérito realizado no início deste mês. Mas lideram as intenções de voto. Emmanuel Macron perdeu dois pontos percentuais, obtendo 23% dos votos na primeira volta. Le Pen desceu 2,5 pontos percentuais para 22,5% dos votos.

François Fillon tem 19,5% dos votos e o candidato da extrema-esquerda Jean-Luc Mélenchon recolhe 19% das intenções de voto.

A abstenção, que pode vir a ser decisiva nas eleições do próximo domingo dada a proximidade entre os candidatos, fica nos 28% de acordo com a sondagem da Cevipof.

Um outro estudo de opinião, da Opinionway, dá Macron com 23% contra os 22% de Le Pen. Numa segunda volta o candidato centrista é visto a bater a líder da Frente Nacional por 65% contra 35%, enquanto o candidato oficial da direita, François Fillon, teria uma votação menos dilatada caso fosse apurado para a segunda ronda de votações: 58% para 42%.

As ideias de cada um


Emmanuel Macron, candidato centrista, tem defendido durante a campanha um corte nos impostos sobre as empresas, de 33% para 25%. Em matéria-laboral, de acordo com a Reuters, o candidato tem defendido que a semana de trabalho deve continuar a ser de 35 horas e que as pessoas com baixos salários deviam ficar isentas do pagamento de alguns impostos sociais.

Em termos de investimento público, Macron quer que nos próximos cinco anos cheguem à economia 50 mil milhões de euros.

Em relação à imigração, o candidato centrista tem no seu programa a aplicação estrita de uma política laica. Não há lugar para proibição do véu islâmico para estudantes universitários. Os pedidos de asilo têm de ser processados dentro de seis meses.

Marine Le Pen tem um manifesto com 144 propostas. Entre elas está a saída da França do euro e um referendo à manutenção do país na União Europeia, de acordo com a Reuters. A candidata da Frente Nacional, se for eleita, vai propor um período de seis meses de renegociação com os parceiros europeus para que mudar o papel da França no bloco euro. Se não houver esta mudança, Le Pen quer um referendo à permanência do país na UE e vai apelar a uma saída.

Em relação ao euro, o manifesto não dá detalhes sobre uma saída do euro. Le Pen já avançou, contudo, que o tema será debatido no final das negociações com a União Europeia, após as eleições na Alemanha.

A candidata quer ainda contratar 15 mil polícias e construir mais prisões.

Em relação à imigração, Le Pen propõe tornar impossível que migrantes ilegais se legalizem em França. Tornar muito mais difícil obter a cidadania francesa, sendo que nascer em França não dá direito directo à cidadania, é também outra das propostas, de acordo com a Reuters.

François Fillon quer por um ponto final na semana de 35 horas e propõe que a semana laboral tenha 39 horas quer no público quer no privado. Em termos de reforma, o candidato de direita defende um aumento da idade de reforma, subindo dos actuais 62 anos para os 65 anos.

Em termos de finanças públicas, Fillon quer cortar a despesa pública em cerca de 100 mil milhões de euros durante os próximos cinco anos. E a meta para o défice é de 0% em 2022.

As propostas ao nível da segurança e do contra-terrorismo, Fillon também é apologista de um aumento de polícias e um aumento do número de camas nas instalações prisionais. François Fillon apoia a União Europeia e é partidário de uma ligação mais forte entre os países da Zona Euro, de acordo com a agência de informação.

Já Jean-Luc Mélenchon defende um estímulo económico de 100 mil milhões de euros. Apela ainda a uma desvalorização do euro e à saída da NATO. O candidato da extrema-esquerda admite ainda uma saída da União Europeia, tal como Le Pen.

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