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Atirador mata polícia e fere gravemente outro em tiroteio nos Campos Elísios

As forças de segurança francesas confirmaram que foi abatido a tiro o atacante que matou um polícia e feriu gravemente outro num tiroteio ocorrido ao início da noite desta quinta-feira nos Campos Elísios, em Paris. Estado Islâmico reivindicou o ataque. Le Pen e Fillon cancelaram acções de campanha para sexta-feira.

Reuters
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Ao início da noite desta quinta-feira, em Paris, um homem matou deliberadamente um polícia e feriu gravemente outro num tiroteio realizado em plenos Campos Elísios. Havia ainda um terceiro polícia ferido, não estando confirmado o tipo de gravidade dos ferimentos.

Depois de uma fonte policial citada pela agência Reuters ter confirmado que haviam morrido os dois agentes (um deles não teria sobrevivido aos ferimentos muito graves), as próprias autoridades policiais adiantaram entretanto que o polícia gravemente ferido continuava vivo. Já o atirador foi abatido pela polícia.

Fontes policiais informaram a Reuters de que tinham sido ouvidos tiros noutra zona daquela área. Ainda segundo a Reuters, havia um outro alegado suspeito de participação no tiroteio a monte, com as forças policiais a vigiarem aquela zona central da capital gaulesa. Havia inclusivamente um helicóptero a sobrevoar a zona. No entanto, outras fontes policiais revelaram que o autor do ataque agiu sozinho, o que confirmava haver ainda informações contraditórias.









Uma testemunha ocular em declarações transmitidas pela SIC revelou ter ouvido seis tiros disparados contra os polícias, adiantando que foi utilizada uma kalashnikov (AK-47) para realizar aquilo que aparentava ser um atentado terrorista. 

As autoridades judiciárias francesas abriram de imediato uma investigação que está a ser levada a cabo por uma unidade anti-terrorista. O ministro francês do Interior, Pierre-HenryBrandet, adiantou que os disparos realizados contra uma carrinha da polícia foram deliberados, acrescentando que o atirador tentou causar mais feridos antes de ser atingido pela polícia.

Este caso acontece a menos de três dias das presidenciais gaulesas. O que reforça a importância dos temas securitários numa eleição muito marcada pelos atentados terroristas que desde, desde Janeiro de 2015, já provocaram mais de 200 mortes em território gaulês. 


Estado Islâmico reivindica ataque

Entretanto, o autoproclamado Estado Islâmico veio reivindicar este ataque no centro de Paris, através da sua agência noticiosa Amaq citada pela Reuters. Segundo a Amaq, o atacante era "Abu Yusuf, o belga". Pouco depois, a agência deu também a notícia em inglês e francês.



Hollande convoca Conselho de Defesa

O Presidente francês, François Hollande, está a seguir a pista terrorista, referiu por seu lado o Le Figaro. "Estamos convencidos de que a pista é de ordem terrorista", afirmou o chefe de Estado.

Hollande convocou uma reunião de emergência, à qual se juntou o primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve, e anunciou para sexta-feira de manhã um Conselho de Defesa. 

Na sua conta de Twitter, o presidente manifestou o seu pesar pela morte do polícia, avançando que haverá uma cerimónia nacional em sua homenagem. Hollande disse que o seu pensamento estava com a família do agente assassinado e com as famílias dos feridos. 



Atacante estava referenciado pelos serviços de segurança

Já na madrugada de sexta-feira, vários relatos citados pelo The Telegraph davam conta de que o atirador estava sinalizado pelos serviços secretos, por suspeitas de ‘radicalização’.

O atirador de 39 anos já tinha sido referenciado pela polícia há 16 anos, quando disparou sobre agentes da segurança, refere o jornal britânico citando fontes que preferiram o anonimato. Tudo aconteceu durante um interrogatório numa esquadra, quando ele conseguiu tirar a arma a um polícia, tendo disparado cinco vezes. O polícia sobreviveu e o homem foi sentenciado a vários anos de prisão.

 

Recentemente, este atacante tinha também sido detido para interrogatório numa esquadra da polícia em Meaux, nos arredores de Paris, depois de "informadores" terem indicado que ele "estava a tentar obter armas para matar polícias", refere o The Telegraph citando as mesmas fontes. No entanto, dada a ausência de provas, as autoridades de combate ao terrorismo acabaram por deixá-lo sair em liberdade.





Fillon e Le Pen cancelam campanha

 

Com o sucedido, dois candidatos às eleições presidenciais em França, cuja primeira volta tem lugar no próximo domingo, 23 de Abril, anunciaram quase de imediato o cancelamento das acções previstas para sexta-feira – último dia de campanha.

 

Foram eles Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita Frente Nacional, e François Fillon, o ultra-conservador candidato da direita pelo partido Os Republicanos.

Fillon foi mesmo mais longe e pediu a suspensão das eleições de domingo, avança o The Telegraph.


Na passada terça-feira, a polícia prendeu dois homens homens suspeitos de estarem a planear um "ataque violento" que as forças de segurança acreditam que teria como objectivo influenciar o resultado eleitoral de domingo.



(Notícia actualizada pela última vez à 01:27 de sexta-feira, 21 de Abril)

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