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FMI decreta mais um não-pagamento da Grécia mas vai analisar pedido de extensão
Depois de no passado dia 30 de Junho a Grécia ter falhado o pagamento do acumulado das quatro parcelas vencidas nesse mês, que ascendia a cerca de 1,6 mil milhões de euros, o país voltou a falhar um reembolso. FMI decretou mais um atraso, mas vai analisar o pedido de adiamento dos pagamentos.
"Os 360 milhões de Direitos de Saque Especiais (DSE, que é a moeda dos Fundo Monetário Internacional) [correspondentes a cerca de 456 milhões de euros] devidos pela Grécia ao FMI, e que venciam esta segunda-feira, não foram recebidos. Informámos o nosso conselho executivo sobre este desenvolvimento", diz o comunicado divulgado esta noite pelo organismo liderado por Christine Lagarde.
O atraso da Grécia nos pagamentos ao FMI totaliza agora 1,6 mil milhões de DSE (cerca de dois mil milhões de euros), acrescenta o documento.
"O pedido das autoridades gregas relativo a uma extensão da obrigação do reembolso que era devido a 30 de Junho deverá ser analisado pelo conselho executivo do FMI nas próximas semanas", sublinha ainda o comunicado desta noite emitido pelo Fundo.
Ao declarar que a Grécia está "atrasada" e não em "incumprimento", o Fundo cria margem para continuar a negociar com as autoridades gregas, o que é reforçado pelo pedido do Governo de Atenas de solicitar ao FMI mais tempo para amortizar o empréstimo.
Se o FMI tivesse decretado o "incumprimento" da Grécia, logo no passado dia 30 de Junho, podia estar gerado um "evento de crédito" que desencadeia vários efeitos dominó. Os fundos especulativos, conhecidos como "abutres", solicitariam de imediato o pagamento antecipado. O Banco Central Europeu poderia ter de elevar o "haircut" à dívida helénica e teria de exigir garantias adicionais [entretanto já o fez na semana passada], não se sabendo se a Grécia as tem. Também os países que emprestaram dinheiro à Grécia, ao abrigo do primeiro memorando, poderiam desde logo solicitar o pagamento antecipado.
(notícia actualizada às 23h50)