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Economia grega surpreende ao crescer 0,8% no segundo trimestre
O produto interno bruto grego cresceu 0,8% entre Abril e Junho deste ano – antes do encerramento dos bancos e da bolsa e da introdução do controlo de capitais –, mostra a primeira estimativa rápida do instituto de estatística helénico.
A economia grega registou, no segundo trimestre do ano, um crescimento de 0,8%, que contrariou todas as expectativas. Os economistas contactados pela agência Bloomberg esperavam uma contracção de 0,5%.
O instituto de estatística grego (ELSTAT) reviu ainda em alta os dados do primeiro trimestre. A economia terá estagnado entre Janeiro e Março, e não caído, como indicava a primeira estimativa.
Os dados divulgados hoje pelo ELSTAT são ainda provisórios e não detalham os motivos que justificam o crescimento registado no segundo trimestre. Certo é que não reflectem o impacto do encerramento dos bancos e da bolsa e a introdução do controlo de capitais decretados a 26 de Junho, cerca de uma semana antes do referendo.
O ELSTAT destaca no comunicado divulgado esta quinta-feira, 13 de Agosto, que esta "estimativa rápida será revista a 28 de Agosto".
Ainda sem saber o que motivou a expansão da economia grega no segundo trimestre, os economistas destacam, ainda assim, a surpreendente resiliência do consumo, da produção industrial e do turismo. "Alguns indicadores da actividade económica, incluindo o consumo, a produção industrial e o turismo, mostraram uma particular resiliência. E isso explica os dados surpreendentes do PIB do segundo trimestre", afirmou à Reuters Nikos Magginas do National Bank.
Os economistas alertam, porém, para o impacto do controlo de capitais no produto interno bruto grego no terceiro trimestre do ano. "Estes números são relativos ao período que antecedeu o controlo de capitais no final de Junho. Os indicadores económicos divulgados, entretanto, sugerem que a actividade [económica] caiu dramaticamente desde aí", destaca a Capital Economics num comentário aos dados económicos gregos obtido pelo The Guardian.
"A actividade económica deverá recuperar quando o controlo de capitais for levantado. Mas ainda não é certo quando é que isso vai acontecer, apesar dos progressos nas negociações do terceiro resgate. A aparente extensão dos dados parece apontar para efeitos de longo prazo no crescimento e no emprego."
(Notícia actualizada às 12h34)